Um trabalho científico feito por pesquisadores do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos mostra que 76% da população de Manaus apresentava, em outubro, anticorpos contra o coronavírus SARS-CoV-2, causador da covid-19.

O artigo foi publicado nesta terça-feira (8) na revista Science e ressalta que em junho a taxa de infecção detectada na capital amazonense era de 66%.

O Amazonas viveu um colapso hospitalar e funerário entre abril e maio, pico da pandemia. Cenas de dezenas de enterros em valas comuns se tornaram rotineiras.

Dados do Ministério da Saúde mostram que o estado tem hoje taxas de incidência de 4.412 casos por 100 mil habitantes e de 119,8 mortes por 100 mil habitantes, ambas acima da média nacional.

“Em conclusão, nossos dados mostram que >70% da população foi infectada em Manaus cerca de sete meses após a chegada do vírus à cidade. Isso está acima do limite teórico de imunidade do rebanho. No entanto, a infecção anterior pode não conferir imunidade duradoura. Na verdade, observamos uma diminuição rápida dos anticorpos em Manaus”, alertam os autores.

Desde o início da pandemia, o estado registrou 182.875 infectados e 4.964 óbitos, a maioria na região metropolitana de Manaus.

Os dados foram coletados de amostras de doadores de sangue. Segundo os pesquisadores, a taxa de ataque da covid-19 em Manaus é muito superior à da capital de São Paulo (29%).

“Esses resultados confirmam que, quando mal controlada, a covid-19 pode infectar uma grande fração da população causando alta mortalidade”, observam.

Fonte: R7

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