Após saírem da reunião da Câmara na tarde dessa segunda-feira (24), os mais de 400 manifestantes se direcionaram para a frente da Prefeitura. Mais uma vez com cartazes faixas e apitos protestaram contra a administração ?Moacir Ribeiro?.
Como ocorreu na Câmara, a organização do movimento ?Formiga também acordou? quis ser ouvida pelo prefeito para apresentar suas demandas (as mesmas que já havíamos divulgado na edição da sexta-feira (21) do Jornal Nova Imprensa), que são:
1 – Fim do nepotismo na Administração Pública;
2 – Investigação sobre abusos de poder e do dinheiro público;
3 – Melhorias imediatas na saúde (principalmente no PAM);
4 – Investigações sobre quebra de decoro e manobras imorais na Câmara;
5 – A presença de ?estrangeiros? e de trabalhadores ?voluntários? na Prefeitura.

Uma comissão, representando os mais de 6.000 manifestantes do protesto do último sábado (22), foi montada e recebida no Ganinete pelo prefeito Moacir Ribeiro, que se comprometeu a receber sozinho a equipe do movimento ?Formiga também acordou?.
De pronto, o prefeito se disse feliz em receber a equipe, que é um homem democrático e do povo e que jamais faria diferente. Disse ainda, que nesta terça-feira (25) se reunirá com o governador e o vice- governador e que se unirá com os prefeitos de Minas Gerais para lutar contra a queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios ? FPM.
Sobre as reclamações da população, Moacir disse que analisará os pedidos e dará uma resposta em dez dias. Ele disse estar ciente que tudo (referindo-se as reclamações populares) é fruto do recalque de quem perdeu a eleição no ano passado e que a população pode fazer uma manifestação por dia, que ele não se importa.
Sobre a lista de demandas, o prefeito respondeu a todas que lhe diziam respeito.
Itens 1 e 5
Colocadas em pauta as questões pontuadas pelos representantes, Moacir respondeu de cara dois itens. Sobre a contratação dos filhos do seu vice e de outros secretários vindos de outras cidades, afirmou que tudo ficará como está. ?Isso é cargo político e eu fui eleito legitimamente, através dos votos, e eu não vou admitir que venham questionar aquilo que é de direito meu, que é colocar quem eu quiser, quem é da minha confiança, quem manda sou eu, o prefeito sou eu?, disse Moacir.
Os representantes questionaram a moralidade da lei que permite a livre nomeação nos cargos políticos, dizendo que administração pública não é negócio de família. Moacir insistiu que enquanto os secretários forem de sua confiança, não serão exonerados. ?Quem me elegeu é povo humilde, a minha vitória foi contra os interesses financeiros da cidade. Os que eram do meu lado e eram da minha confiança daqui da cidade eu chamei?, completou.
Sobre um dos personagens mais criticados da atual gestão, sem sequer fazer parte dela, o empresário Marco Sallun, Moacir permaneceu dizendo que é leal a ele, e que sem o ?Marquinho? não teria sido eleito. Disse mais uma vez que o empresário não tem cargos na prefeitura e que nunca recebeu um único centavo e que só ajuda tendo tanto prestígio. ?Daqui quatro anos vocês vão bater palmas pro Marquinho? disse o prefeito.
Item 3
Sobre as condições da saúde, principalmente do Pronto Atendimento Municipal – PAM, explicou as dificuldades na compra de medicamentos, e que o prédio que abriga o PAM é alugado, sendo parte da Santa Casa que não autoriza as reformas. Disse ainda, que as melhorias reivindicadas agora não valem a pena, porque a obras da Unidade de Pronto Atendimento ? UPA já foram retomadas e devem ser concluídas em setenta dias. Depois de muitos debates e de ouvir dos presentes que valia a pena sim, mesmo que fosse uma reforma de emergência, apenas para consertar canos estourados e tirar o mofo e a ferrugem do local, que recebe pessoas doentes, que podem ter seus quadros agravados pelas condições do pronto atendimento, Moacir voltou atrás. ?Eu me comprometo a fazer então, logo, essa reforma como vocês estão pedindo?.
Itens 2 e 4
Os itens 2 e 4 quatro da lista, não foram questionados, por não competirem ao prefeito, porque pede investigações por parte dos Ministérios Públicos estadual e federal sobre o uso indevido do dinheiro público da cidade e abuso de poder e sobre a quebra de decoro de vereadores, que deve ser questionada pelos próprios membros do legislativo.
Desfazendo o que foi acordado com a comissão, o chefe de Gabinete José Terra de Oliveira Júnior (Terrinha) adentrou no local do encontro e permaneceu ao lado do prefeito, a quem interrompeu algumas vezes dando explicações, dizendo ainda, em uma das falas que mais irritou quem participou da reunião, que: ?6 mil (número estimado pela PM de participantes da manifestação de sábado (22) não representa a cidade inteira?, declarou o chefe de Gabinete e secretário de Comunicação
Mais uma vez Moacir, que falou boa parte do tempo, fez promessas, chamadas por ele de compromissos, de que no fim de seu mandato, senão 100%, noventa e tantos por cento de seus compromissos estarão cumpridos. ?Nós já estamos fazendo muita coisa, só não vê, quem não quer?.
Com quase duas horas de reunião com os representantes do movimento, as pessoas foram saindo aos poucos, sendo ainda esperadas e aplaudidas por muitos que aguardavam o fim da conversa.
O prefeito não se escondeu e apareceu em uma das janelas do Gabinete e foi vaiado pelos manifestantes que permaneceram no local até que Moacir deixasse o prédio da Prefeitura, também sob vaias de um número pequeno de manifestantes ( +- 120) que insistiu em permanecer no local.
A comissão de representantes do movimento ?Formiga também acordou? foi composta por Anna Laura Magalhães, André Prado, Wilson Gonçalves, Rodrigo Melo, Alex Arouca, Rômulo Fialho e André Chaves.

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