Especialista revela que hábitos como tabaco e álcool ainda comprometem a saúde da população masculina
Especialistas constatam que os homens que estão chegando à faixa etária entre 30 e 40 anos estão mais atentos à saúde e procuram com mais regularidade o médico, investindo assim na prevenção. Entretanto, doenças decorrentes da obesidade e o câncer ainda acometem mais a população masculina. O alerta é do clínico geral Cláudio Antônio Souza, responsável técnico do Hospital Alberto Cavalcanti, da Rede Fhemig, e referência em tratamentos contra o câncer em Minas Gerais.
O médico assinala que, mesmo com o aumento da procura por atendimento, a grande maioria dos homens, em todas as camadas sociais, por uma questão, sobretudo, cultural, ainda mantém a postura de só recorrer ao médico quando o problema já é grave e requer internação, com sérios prejuízos para ele próprio e a família. Ele lembra que a postura sai cara para o sistema público de saúde, ?pois o que poderia ser tratado antes em uma consulta simples acaba demandando um atendimento muito mais caro para o estado e penoso para o paciente?, adverte.
Embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado nos últimos anos, no Brasil, eles ainda vivem em média sete anos menos que as mulheres. Segundo Cláudio Souza, isto se deve não só à resistência deles em ir ao médico, mas também aos hábitos pouco saudáveis de muitos deles, que, em geral, bebem mais e fazem menos exercícios físicos que as mulheres. A diferença no comportamento se traduz nas estatísticas: a cada três mortes de pessoas adultas, no Brasil, duas são de homens. ?Eles têm mais doenças do coração, câncer e diabetes, e pressão arterial e colesterol mais elevados?, informa o médico.
Baseado em números do Ministério da Saúde, Cláudio Souza lembra, ainda, que a principal causa mortis entre os homens são as doenças do coração, entre elas o infarto agudo do miocárdio. Em segundo lugar vem o câncer e em terceiro lugar, as doenças cerebrovasculares.
Incidência do câncer
Em relação à incidência do câncer nos homens, o de próstata lidera os casos, seguido pelo de pulmão e intestino grosso. Mas, de acordo com o clínico, o câncer de pulmão é o que mais mata, tendo como principal causa o consumo do cigarro.
O câncer de próstata também merece destaque. Ele ressalta que, de acordo com as estatísticas, em cada grupo de seis a oito homens, um terá câncer de próstata ao longo da vida. ?Mas como causa de morte a taxa cai para 3%, o que comprova a importância do diagnóstico precoce. Na faixa etária de 60 a 70 anos, o câncer de próstata é o de maior incidência?, revela, e explica que o tumor pode ser evitado com um exame retal, em que é avaliado o tamanho da próstata e a existência de nódulos.
Os cânceres da próstata, bexiga e rim correspondem a cerca de 40% dos casos de câncer no homem. Outro tipo de câncer que chama atenção na população masculina é o de pênis. Em pesquisa nacional, a Sociedade Brasileira de Urologia constatou que o câncer de pênis, uma doença simples de ser evitada, já que pode ser prevenida apenas com higiene íntima adequada, cresceu nos últimos tempos. Há casos em todas as idades e, cada vez mais, em pessoas jovens, com média de 25 anos.
?O tratamento da lesão inicial é simples, sendo feita apenas sua retirada cirúrgica. Entretanto, nas grandes lesões é necessária a retirada de parte ou às vezes de todo o pênis. Números do SUS mostram que são realizadas cerca de mil amputações anuais devido à doença. Os homens devem estar atentos à perda de pigmentação ou manchas esbranquiçadas; feridas e caroços que não desaparecem após tratamento médico, e que apresentam secreções. Nesses casos, é fundamental procurar o médico?, destaca Cláudio Souza.

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