A Venezuela irá receber na próxima semana 2 mil médicos cubanos que trabalharam no Brasil após a disputa entre a ilha comunista e o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, de acordo com declarações de Nicolás Maduro em discurso na televisão.

“Na próxima semana, vamos ter um evento especial que celebra a chegada de 2 mil novos médicos de família que Cuba vai nos enviar. Eles estão vindo do Brasil”, disse Maduro.

O presidente já havia informado que esses médicos iriam ao seu país, durante seu discurso na Assembleia Constituinte na segunda-feira (14).

“O fascismo brasileiro encerrou o projeto de saúde e os 2 mil médicos estão vindo para a Venezuela”, disse.

O presidente venezuelano não deu detalhes sobre como o país pagará pelos serviços.

Cubanos no Brasil

Em novembro, Havana decidiu se retirar do acordo do programa Mais Médicos mantido pela Organização Panamericana de Saúde (Opas) e firmado havia cerca de cinco anos com o Brasil, em reação contra as críticas feitas por Jair Bolsonaro desde a campanha.

Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que “expulsaria” os médicos cubanos do Brasil. Para ele, as condições a que se submetiam os médicos cubanos representavam “trabalho escravo”.

Bolsonaro condicionou a permanência deles à revalidação de diploma e a contratos individuais com o governo brasileiro, que lhes permitissem receber o salário integral (Cuba repassa para a seus médicos no exterior 30% do que eles recebem por seu trabalho). Também impôs como condição a liberdade aos profissionais cubanos para trazerem suas famílias para o Brasil.

Cubanos na Venezuela

Na Venezuela, clínicas administradas por médicos cubanos foram um programa marcante do ex-líder socialista venezuelano Hugo Chávez, que desfrutou de amplos recursos de petróleo durante seus 14 anos no comando da Venezuela, encerrados em 2013 por um câncer. A Venezuela pagava pelos serviços médicos com remessas de petróleo.

Maduro, que enfrenta o colapso da antes crescente economia da Venezuela, tem enfrentado queixas de decadência do sistema de saúde do país e de abandono das unidades antes administradas por médicos cubanos.

 

 

Fonte: G1||

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