Os profissionais da saúde municipal de Divinópolis tiveram nesta quinta-feira (17) o primeiro dia de paralisação. Eles haviam comunicado sobre o recesso desde o final de fevereiro. Somente no primeiro dia, 66% dos profissionais aderiram à manifestação.
Durante entrevista coletiva, a secretária municipal de Saúde, Rosenilce Cherie Mourão, afirmou a possibilidade de convocar os profissionais que estão de férias para as atividades.
A secretária disse que a ação não tem pertinência legal para acontecer, uma vez que, do ponto de vista do governo municipal, os salários estão em dia, algumas vezes adiantado, 13º em dia, com aumentos legais salariais. ?Entendemos que é fato revisarmos totalmente o Plano de Cargos e Carreira e Salários (PCCS), especificamente para a área da Saúde. Existe uma comissão trabalhando para isto. Isto demonstra que este governo tem uma preocupação muito grande para aprimorar as políticas de recursos humanos? , afirmou.
Segundo ela, a administração manteve até o momento a mesma proposta, mas a classe prosseguiu com o movimento grevista. ?Nós, obviamente, tomamos ações jurídicas, como a Procuradoria do município entrou com uma ação cautelar, para analisar a legalidade ou não da greve. Estamos aguardando o parecer, a concessão da liminar ou não. Definindo o destino do movimento? , disse Cherie.
Ainda é possível encontrar profissionais atuando nas Unidades de Atenção Primária (UAPs), centros de saúde, Policlínica e no Serviço de Referência e Assistência da Saúde Mental (Sersam). ?O Pronto Socorro Regional continua trabalhando normalmente. Não houve alteração quanto ao funcionamento. Portanto, ao todo, tivemos 31% sem aderir à greve e os outros 3% estão entre férias e licenças médicas? , relata a secretária.
Ela ressaltou que todas as unidades de saúde estão abertas para as outras atividades que não dependem dos médicos. Na situação das consultas agendadas para ontem, a qual os pacientes não encontraram nenhum profissional, Cherie apontou que 60% destas consultas são de pessoas que renovariam suas receitas médicas. ?Estas podem ficar tranquilas, porque diante desta situação tomamos a decisão de que a própria enfermagem pode autorizar a receita apresentada, renovada para mais 30 dias?, comentou.

Declaração
O prefeito Vladimir Azevedo destacou a situação como descabida. Para ele, estão misturando a política partidária com a política da saúde. ?A partidarização da saúde é ruim. Não defendo e acho que a cidade sai perdendo com isto. Quem está lá [nos postos] são aqueles que precisam e pagam seu imposto. Nós estamos cumprindo nossa parte, pagando em dia e fazendo evoluções com diálogo? , expressou o prefeito.

Tribunal defere liminar contra o movimento dos médicos
A assessoria de imprensa da prefeitura de Divinópolis divulgou a seguinte nota:
Baseado num pedido da Prefeitura Municipal de Divinópolis, o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais concedeu liminar favorável ao município de Divinópolis, determinando a manutenção do serviços médicos à população. A decisão do desembargador Manuel Saramago determina a manutenção normal do atendimento à população, sob pena de multa diária.
Um dos trechos da medida cautelar expedida pelo TJMG traz a seguinte decisão. ?Defiro o pedido liminar, para determinar que seja mantida a prestação dos servidores médicos à população não podendo ser impedimento o movimento grevista declinado, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00, até o limite de R$ 200.000,00?.

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