Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira (14), o interventor judicial da Santa Casa de Caridade de Formiga, Waltercides Montijo (Waltinho Contador), acompanhado do gerente geral do hospital, o enfermeiro José Orlando Reis e do tesoureiro, Dirceu Bueno, fez um balanço sobre os três meses que esteve à frente da administração do hospital. Nesta terça-feira (15), será realizada a eleição para a nova mesa administrativa.

De acordo com Waltercides Montijo, a intervenção judicial não fez milagres para que se reduzissem os déficits do hospital. As dívidas ainda são altas, mas foi possível alguma redução. “Fizemos em enxugamento. Os déficits com a rede bancária são de maior expressão numérica, R$8.863.904. Grande parte desse débito é a longo prazo. Temos um valor de R$473.185 em atraso com impostos federais, R$1.250.197 com honorários médicos referentes a serviços prestados em 2014 e parte de 2015 além de uma dívida de R$1.759.134 com fornecedores”, explicou.

A Santa Casa também tem alguns valores a receber. Segundo Waltinho, a Prefeitura de Formiga deve ao hospital por prestação de alguns serviços o montante de R$1.466.242. O hospital administra a UPA em Divinópolis, com um contrato de cinco anos e nesse primeiro ano, a Santa Casa tem um crédito de R$3.904.147, por serviços prestados à Prefeitura de Divinópolis, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).

“A mesa administrativa encontrou um débito de quase R$15 milhões. Se levar em consideração as contas a receber, o hospital tem um crédito de aproximadamente R$5.500 milhões. Outra questão é a segunda parcela do 13º salário que será paga sem contrair empréstimos. São 336 funcionários, quase R$200 mil. Há mais de cinco anos que a instituição fazia empréstimos para essa finalidade”, complementou o provedor.

José Orlando Reis voltou a falar sobre os atrasos nos repasses da Prefeitura de Formiga e que resultaram na suspensão de serviços prestados à comunidade. “Chegamos a um ponto de ou parar com a prestação de serviços, via Prefeitura ou parar de pagar os fornecedores. Conseguimos renegociar com operadoras de convênios, como internação e procedimentos cirúrgicos. Uma notícia boa é a abertura de sete leitos de UTI Adulto, que foram fechados no ano passado, com previsão de serem estruturados no início de janeiro de 2016, além da abertura de leitos para os pacientes que saem do CTI e que precisam de uma assistência temporária até passarem para a enfermaria”, explicou.

Dirceu Bueno falou sobre três verbas carimbadas do Ministério da Saúde destinadas para o hospital. De acordo com ele, R$1.450 milhão já estão no banco para a compra de equipamentos, e devem chegar às contas do hospital ainda: R$250 mil para a reforma na maternidade e mais R$1.200 milhão também para a compra de equipamentos.

Waltinho concluiu  dizendo que a mesa tentou fazer o melhor para o hospital e para toda a cidade. “O tempo não foi o suficiente para fazer mais. As contas estão abertas para qualquer instituição jurídica legalmente constituída, tenho a certeza que nenhuma delas encontrará um centavo mal aplicado. Fizemos tudo com a maior transparência e lisura. Eu entrei a pedido da Justiça e fiz o meu melhor, saímos com a sensação de dever cumprido”.    

A posse da nova mesa será nesta terça-feira, com primeira chamada às 19h30 e  segunda chamada às 20h caso a única chapa registrada seja aprovada. O encontro dos irmãos benfeitores será no auditório da CDL, no Engenho de Serra. O médico Alexandre Amaral encabeça a chapa como provedor. 

Redação do Jornal Nova Imprensa

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