O fogo tem devorado cada vez mais áreas verdes em Minas. De janeiro a maio, o Corpo de Bombeiros combateu 2.569 incêndios florestais no Estado, crescimento de 87% em relação ao mesmo período de 2018, quando 1.369 chamados foram atendidos pela corporação.

As queimadas não ocorrem apenas em unidades de conservação ambiental, como os parques, mas também em pastos, lotes vagos e às margens de estradas. O crescimento, no entanto, chama a atenção porque o período mais crítico do ano – de tempo seco e muito vento, capaz de favorecer a proliferação das chamas – só começou neste mês.

O tenente Warley de Paula Vieira Barbosa, do Batalhão de Emergências Ambientais e Resposta a Desastres dos Bombeiros, explicou ao jornal Hoje em Dia que a ação humana é a maior responsável pelos incêndios, mas que as condições do clima são determinantes.

“Enquanto no ano passado as chuvas foram mais espaçadas, neste ano estamos com um baixo volume pluviométrico. Como a partir de agora a umidade cai, a tendência é a de que tenhamos mais queimadas”, analisa o militar.

Grande BH

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), os militares têm tido bastante trabalho. Nos primeiros cinco meses do ano, foram 594 ocorrências em áreas verdes, aumento de quase 30% ante igual período de 2018.

Comandante do Batalhão de Meio Ambiente da Polícia Militar, o tenente-coronel Marcone do Rosário Pereira afirma que, no ambiente urbano, a maioria das queimadas acontece por imprudência da própria população.

“Além dos incêndios criminosos, criados de forma intencional, é muito comum ver pessoas que colocam fogo no mato dentro do próprio terreno, mas as chamas se alastram sem controle”, explica.
O oficial destaca que, em caso de flagrante, além de ser conduzido para a delegacia, o autor da queimada pode ser multado. “O valor varia de acordo com o tamanho da área e o tipo de vegetação comprometidos”, explica.

Destruição

Dentro dos parques estaduais, pelo menos 657 hectares de matas já viraram cinzas, de janeiro a maio. Segundo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o número é 98% maior do que a média histórica para o mesmo período registrada de 2012 a 2018.

Diretor de Unidades de Conservação do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Cláudio Vieira Castro pondera que a estimativa não é suficiente para determinar se 2019 será mais severo que os últimos anos.

“Ainda precisamos esperar que o período crítico se instale. No momento, é um risco fazer uma comparação porque a média envolve toda temporada (julho a outubro) e é uma soma de fatores”, esclarece.

 

 

Fonte: Hoje em Dia ||

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