Quase 20 dias após o início da disputa eleitoral e em meio a uma pandemia, a prestação parcial de contas dos candidatos mostra que eles têm priorizado estratégias de campanha do modelo tradicional. As despesas com a produção de publicidade por material impresso lideram, por enquanto, com cerca de 26% dos recursos destinados para essa finalidade.

Na lista dos dez itens com maiores gastos, a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, que costuma ser mais cara, aparece em segundo lugar, com participação total de 15%. Os gastos contratados por candidatos a vereador e prefeito somavam, até quinta-feira (15), R$ 128,9 milhões.

Por causa das restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus e da disseminação do modelo de comunicação digital, era esperada uma maior participação das despesas com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais. Mas esse item representou, por enquanto, apenas 4% das despesas, ou pouco mais de R$ 4,9 milhões.

De acordo com o portal G1, as médias das despesas com impulsionamento de conteúdo tendem a ser maiores nos estados do Sul e do Sudeste, e menores nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

Como há diferenças nas características das disputas para o cargo de prefeito e vereador. .

Os candidatos a vereador em todo Brasil gastaram, proporcionalmente, mais com a produção de publicidade impressa, cerca de 41,6%, quando comparados com os candidatos a prefeito (20,9%).

As diferenças nos dois grupos de candidaturas ficam evidentes também no item que ocupa a segunda posição nos gastos. Enquanto os candidatos a prefeito apostaram mais nas despesas com a produção de programas no rádio, televisão e vídeo (19,9%), os vereadores destinaram mais recursos para “publicidade com adesivos”, que representou 16,7% das suas despesas.

Na avaliação do professor do Departamento de Comunicação Social da UFMG e pesquisador associado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital Camilo Aggio, as diferenças nas despesas de campanha de candidatos a vereador e prefeito são esperadas, em razão das características da disputa desses dois cargos.

Segundo o pesquisador, alguns fatores podem explicar o maior interesse dos candidatos pelo modelo tradicional de comunicação com o eleitor. O primeiro deles é que existe resistência ainda alta dentro do comando das campanhas em adotar e investir mais no modelo digital, porque o uso de material impresso ou de TV é visto como algo que “sempre funcionou”.

O recorte dos gastos dos candidatos considerando os partidos mostra que MBD, PSDB e DEM lideram o total de despesas com a produção de publicidade impressa. Já no caso dos desembolsos para o impulsionamento de conteúdo, os candidatos do Novo, do PSDB e do PDT apresentam até o momento a maior soma de gastos. Nesse tipo de despesa, o MDB ocupa a 10ª posição.

Fonte: G1

 

 

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