Nova York, EUA. Até 2010, Amelia Nuwer, 22, visitava o mesmo dentista todos os anos, em Biloxi, no Estado do Mississipi, nos Estados Unidos. Todos os anos ela voltava pra casa com boas notícias: nada de cáries, nenhum dinheiro gasto com reparos.
Quando entrou na faculdade, na Universidade do Alabama, precisou mudar de dentista. Foi então que teve o primeiro diagnóstico negativo: duas cáries. Seis meses mais tarde, o dentista disse a ela que apareceram outras duas cáries em seus dentes. Neste ano, novamente, a visita apontou outra cárie.
Seu dentista original, Francis Janus, também ficou surpreso. Depois que Amelia se formou na faculdade, o dentista a examinou novamente. As chamadas cáries de Amélia, segundo ele, eram, na realidade, lesões cariosas incipientes, um tipo de estágio primário de cárie dentária que alguns dentistas chamam de microcavidades.
Fiquei brava quando meu dentista disse que não seria necessário preenchê-las, conta Amelia. Os cinco preenchimentos custaram US$ 500 extras no orçamento da, então, estudante.
E Amelia não está sozinha nessa. Com o crescimento e rápido desenvolvimento tecnológico, os dentistas estão, cada vez mais, encontrando e tratando anomalias dentárias que podem ou não se desenvolver como cáries. Enquanto alguns deles descrevem seus esforços como uma estratégia proativa de proteger os pacientes, críticos afirmam que os procedimentos são desnecessários e dolorosos, além de pesarem no bolso dos pacientes.
Uma forma inteligente de tratamento – e que custa menos – é esperar e ficar atento, afirma James Bader, professor pesquisador da Escola de Odontologia da Universidade da Carolina do Norte. Faça exames periódicos, a cada seis meses, por exemplo, recomenda.
Quando o dentista fura um dente, acrescenta o professor, ele está condenando a pessoa a fazer uma nova obturação anos mais tarde.
Por outro lado, Douglas Young, professor de odontologia da Universidade do Pacífico, acredita que o simples acompanhamento não resolve o problema. Se um cardiologista não tomar providências quando descobre fatores de risco nos pacientes, a situação pode piorar, compara.

Traduzido por Luiza Andrade

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