Policiais militares e bombeiros decidiram nesta quarta-feira (8) por fim ao estado de greve. A categoria aprovou a proposta de 98,5% de reajuste escalonado, em seis vezes, até 2015. Policiais civis e agentes penitenciários não concordaram com a oferta do governo do Estado e anunciaram, ainda ontem, greve por tempo indeterminado.
A categoria militar acatou a decisão após o governo melhorar a proposta original de reajuste, que era de 97% de aumento até 2015, com salário de R$ 4.021. Com o índice de 98,5%, o salário de um soldado em início de carreira será de R$ 4.098 daqui a quatro anos.
A primeira parcela do aumento escalonado, que seria de 7% em dezembro, passou para 10%, índice antecipado para outubro próximo.
Para o vice-presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra), cabo Marco Antônio Bahia Silva, a mudança nos pagamentos dos reajustes atende ao pedido da categoria. Mesmo de forma escalonada, conseguimos que o governo antecipasse o pagamento e melhorasse a primeira parcela de reajuste, disse.
Para policiais civis e agentes penitenciários, a mudança privilegiou os interesses apenas dos militares e, por isso, foi rejeitada. Pedimos que os vencimentos de escrivães e investigadores fossem equiparados aos dos peritos. Além disso, queremos a igualdade do piso dos delegados com o que é recebido pelos promotores públicos e melhores condições de trabalho. Até agora, o governo não entra em negociação, disse o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado (Sindipol), Denilson Martins.
Os policiais também pedem a realização de concurso público. Vamos continuar com escala de trabalho em 50%, até que o governo proponha a abertura nas negociações, afirmou Martins.
Ontem, policiais civis, militares e servidores do Corpo de Bombeiros realizaram assembleias simultâneas na capital para avaliar a proposta salarial do governo. Anteontem, foi a vez dos delegados de polícia demonstrarem insatisfação com os rumos das negociações. A categoria ameaça retirar das delegacias os presos detidos irregularmente e encaminhá-los às penitenciárias.

COMPATILHAR: