A partir de agora, Minas Gerais tem um Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar (PM). Conhecido em todo o país após o filme “Tropa de Elite”, do diretor José Padilha, mostrar a atuação da unidade no Rio de Janeiro, o grupo especializado ficou vinculado à truculência em operações de combate ao tráfico de drogas nos morros. O Bope mineiro já nasce diferente e será destinado especialmente para atuar em situações extremas: sequestros, assaltos a bancos, suspeitas de bomba e de terrorismo.

Segundo o chefe da sala de imprensa da PMMG, capitão Flávio Santiago, o Bope incorpora o que antes era o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), a elite da corporação do Estado e que já é preparada para ocorrências bem específicas. “O Gate é um grupamento que já trabalhava com operações especiais. Agora, há uma elevação dele para batalhão, o que pode trazer mais possibilidades de investimentos no futuro”, informou Santiago.

Neste primeiro momento, a PMMG não destinará recursos para o novo batalhão. Segundo a corporação, seus integrantes “já têm treinamento de vanguarda e equipamentos de primeira linha”.

A mudança, válida desde essa terça-feira (20), irá provocar, de imediato, a extinção dos núcleos do Gate nas cidades do interior do Estado, e os militares serão aproveitados no Bope ou nos batalhões das cidades de origem. Santiago acredita não haver prejuízo com o fim desses núcleos, pois, com a estrutura de dez aeronaves à disposição da corporação, os militares do Bope poderão, em até uma hora, atender ocorrência específica no interior.

Números

 Alegando questão de segurança, a PMMG não divulgou o efetivo do Gate, que será o mesmo do novo batalhão. Atualmente, são 43 mil militares em serviço em todo o Estado.

 Para ser aceito no Bope-MG, os policiais precisam ter um exímio desempenho durante os cursos. Os que não atingem a média ficam aguardando outras avaliações. O treinamento tem a duração de três meses e acontece durante todo o ano.

Estrutura. A unidade tem três veículos blindados (os “caveirões”), equipamentos de visão noturna, armamento pesado, entre outros. A PM não informa em quantas operações os blindados foram usados.

Grade. No curso, eles passam por disciplinas de gerenciamento de crise, sobrevivência e atividade em meio rural, mananciais e matas, defesa pessoal, invasão tática e até pilotagem de aeronave.

Ações. Nos últimos 15 dias, de acordo com a PMMG, equipes do Gate foram responsáveis pelas apreensões de cinco armas de fogo usadas em caça clandestina e de 300 kg de explosivos pelo esquadrão antibombas. Um refém foi salvo pelo time tático nesse período. Por questão de segurança, a corporação não informa a quantidade de ocorrências do grupo. A sede do Gate, que será a do Bope, fica no bairro Santa Branca, na região da Pampulha.

Remuneração. Não há distinção salarial entre integrantes do Gate e os de outros batalhões. A entrada, no entanto, dependia de aptidão.

Origem. Conforme o capitão Flávio Santiago, não houve nenhuma demanda específica para originar o Bope MG. A ideia partiu de uma comissão interna da PM, que já discutia o assunto. A mudança é válida desde essa terça-feira (20), conforme a corporação.

 “Não somos o Bope do Rio de Janeiro”, diz capitão de MG

No Rio de Janeiro, o Bope surgiu com um treinamento feito pelo Exército em 1974 para lidar com assaltos a bancos. Com o passar do tempo, isso se modificou, e sua atuação passou a ser intensificada nas favelas cariocas. O episódio mais famoso da história do batalhão é o assalto ao ônibus 174, em que, depois de cinco horas de negociação, o atirador de elite acertou uma refém ao tentar atirar no assaltante. Com o episódio, e principalmente após o longa-metragem de José Padilha, ele ficou associado a práticas violentas.

No caso de Minas, o chefe da sala de imprensa da PM, Flávio Santigo, fez

 

Fonte: O Tempo||http://www.otempo.com.br/cidades/minas-agora-tem-bope-para-atua%C3%A7%C3%A3o-em-miss%C3%B5es-especiais-1.1375141

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