Minas Gerais foi o segundo estado do país que mais pagou indenizações por morte em acidentes de trânsito no Brasil em 2012. Os dados da Seguradora Líder, responsável pela administração do seguro obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT), divulgados nesta terça-feira (26), mostram que Minas foi responsável por 10% desses pagamentos.
O Estado ficou atrás apenas de São Paulo, responsável por 19%. Os números absolutos dos Estados não foram divulgados.
Para especialistas, as características do trânsito mineiro são o principal motivo para que o Estado ocupe essa posição no ranking nacional. Temos estradas de péssima qualidade, que causam muitos acidentes e, consequentemente, mortes. Além disso, muitos atropelamentos de pedestres, porque é da cultura daqui atravessar a rua com pressa, sem preocupação com a sinalização, disse o especialista em segurança no trânsito e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Leandro Barbosa.
A dona de casa Rosineia Alves da Silva, 52, perdeu o pai em uma das situações citadas pelo especialista. O homem de 78 anos morreu quando tentava atravessar uma rua do bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul da capital, em 2010. Ele estava no canto da rua, quando foi atropelado. Eu só dei entrada nos papéis um ano após a morte, mas, em um mês, já recebi a indenização, contou Rosineia.
Brasil
No país, o número de indenizações, seja por mortes, invalidez ou dispensas médicas, cresceu 39% de 2011 para 2012, passando de 366.356 para 507.915. O aumento superou o crescimento da frota do país no mesmo período, que foi de 7,9%.
O especialista em tráfego urbano e professor da Universidade de São Paulo (USP) Ricardo Fonseca diz que a elevação das indenizações é um resultado do trânsito nas cidades estar cada vez mais violento. Não é só o aumento da frota que pauta essas indenizações, mas a falta de manutenção nas vias urbanas e a imprudência dos motoristas que bebem ou dirigem em alta velocidade, explicou.
Já a assessora da diretoria da Seguradora Líder, Ângela Amparo, discorda do especialista e diz que o crescimento se deve a uma maior divulgação do DPVAT. Fizemos muitas campanhas, e as pessoas ficam cada vez mais informadas desse serviço, disse Ângela.
Invalidez
Em todo o país, segundo a Líder, a maioria das indenizações foi paga a vítimas de trânsito que ficaram inválidas, com 352.495 pagamentos desse tipo, seguidas pelas indenizações por mortes (60.752) e de reembolsos de despesas médicas (94.668).
A dona de casa Maria do Auxilio Ferreira, 45, aguarda indenização para o filho que bateu de frente com um outro veículo em dezembro do ano passado na BR-381. Ele se machucou muito e, agora, estou contabilizando todas os gastos para pedir o reembolso das despesas médicas, contou.

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