O projeto do governo federal para a construção de quatro usinas nucleares no Brasil vai avançar neste ano e Minas Gerais pode abrigar uma delas. Outras duas devem ir para a região do Nordeste. A Eletronuclear (subsidiária da Eletrobras) pretende apresentar, até o meio do ano, ao Ministério de Minas e Energia, a lista de 40 localidades candidatas à instalação conforme admitiu nesta terça-feira (18), no Rio de Janeiro, o presidente da estatal, Othon Luiz Pinheiro.
O Brasil já possui duas usinas, ambas em Angra dos Reis (RJ), e uma terceira será construída no mesmo local. Para o novo projeto, a Eletronuclear analisa cerca de 2.000 itens para selecionar as 40 candidatas e, dentre as exigências estão: a existência de fontes de água próximas à usina, a não ocorrência de falhas geológicas e a proibição da proximidade a grandes centros urbanos.
Apesar dos responsáveis pela Eletronuclear preferir falar apenas que os estudos mais aprofundados foram feitos em Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou no início do mês que as outras duas usinas nucleares vão para o Sudeste. Em São Paulo, Minas Gerais ou Rio de Janeiro, garantiu.
A Eletronuclear informou que os estudos sobre os Estados nordestinos estão prontos para serem encaminhados à presidente Dilma Rousseff. As análises incluíram imagens de satélite, e visita pessoal.
Mesmo sem ter sido procurado pela Eletronuclear, o subsecretário estadual de Política Mineral e Energética, Paulo Sérgio Machado Ribeiro, afirmou que as áreas mais propícias no Estado para a instalação de uma usina nuclear são as bacias do Rio Grande, na divisa de Minas Gerais com São Paulo, e do Rio São Francisco. Se formos procurados, a gente gostaria de ver o estudo, afirmou. Paulo Sérgio disse que nem todos os Estados têm disponibilidade hídrica suficiente para resfriar os reatores, o que Minas Gerais tem de sobra.

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