No dia 6 de junho de 2010, há exatamante um ano, Atlético e Ceará protagonizavam a última partida no Mineirão antes do fechamento para as obras visando a Copa do Mundo de 2014. Era a despedida do torcedor que via seu palco sagrado fechar as portas com a promessa de que, a partir de 2013, um novo e moderno estádio estará à sua disposição.
De acordo com o projeto, o Novo Mineirão vai ter a capacidade para 66 mil espectadores e todos com 100% da visão do campo, excluindo assim aqueles famosos pontos cegos, principalmente na chamada geral e no anel inferior. Outros benefícios serão disponibilizados ao torcedor, como restaurantes, lugares confortáveis e banheiros limpos.
Porém, o preço da modernidade é sentido nos confres dos clubes mineiros que vivem uma verdadeira peregrinação para mandar seus jogos. Na última temporada, o Cruzeiro foi um grande exemplo desta batalha. A Raposa disputou jogos no Parque do Sabiá, em Uberlândia, e no Ipatingão. Enquanto isso, Atlético e América se apropriaram da Arena do Jacaré, transformando-a na casa do futebol mineiro, já que o Independência, primeira opção para o torcedor da capital, também está em obras. O resultado de tudo isso não poderia ser outro: prejuízo.
De acordo com o balanço do Atlético, a queda com receita de bilheteria caiu R$ 5,5 milhões de 2009 para 2010. Porém, a arrecadação nesta temporada ainda promete ser pior. Até agora, o Galo conseguiu pouco mais de R$ 700 mil com bilheteria. No mesmo período do ano passado, a renda superava os R$ 6 milhões.
Pelo lado celeste, o presidente Zezé Perrella é um dos principais contestadores do fechamento do Mineirão. O cartola em várias declarações já mostrou seu descontentamento com as obras e também reclama do prejuízo.
?Não foi o Cruzeiro que inventou Copa do Mundo. Estamos procurando o governador e ele já se comprometeu a enviar um projeto para a Assembléia para ressarcir os clubes do prejuízo. Quem tem que bancar Copa do Mundo é o governo do Estado, não os clubes. É possível que parte desse prejuízo seja amenizado pelo Estado?, afirmou o mandatário celeste, que espera um prejuízo de R$ 20 milhões para esta temporada com o fechamento do Mineirão. Na última temporada, segundo balancete, a Raposa teve prejuízo de R$ 12 milhões em função das obras no Gigante da Pampulha.
Apesar dos transtornos, o Governo do Estado de Minas Gerais ameniza os problemas com a promessa de que o Mineirão terá um papel de destaque no Mundial. Recepcionar a abertura da competição mais importante do futebol mundial é a principal meta. Para conseguir tal objetivo, as obras de modernização do Estádio Governador Magalhães Pinto estão estimadas em R$ 650 milhões.
?Além da beleza, é uma cerimônia assistida por bilhões de pessoas mundo afora. Então, imagine o impacto em termos de propaganda, de publicidade e de conhecimento de Belo Horizonte e de Minas Gerais. Vamos fazer um esforço máximo para que Belo Horizonte possa competir na escolha que será feita pela Fifa. Sabemos que a grande final será no Maracanã, até por razões históricas, mas desejamos que Belo Horizonte possa ser a sede da abertura. Temos um estádio que será, certamente, o mais belo e mais preparado?, disse Antonio Anastasia, governador de Minas Gerais, através de sua assessoria de imprensa.

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