O meu filho pediu para assistir com ele o filme, no Netflix, intitulado “Minimalismo: um documentário sobre as coisas importantes”, feito por Joshua Fields Millburn e Ryan Nicodemus.
A história é completamente cativante, interessante, mostra experiências de práticas de desapego de objetos comercializáveis, retrata a vida de pessoas que vivem apenas com o essencial.
Enquanto vivemos no capitalismo, em uma sociedade de consumo permeada por marketing sugestivo de novas formas de viver, como um modelo de roupa ou sapato, um novo design de carro, uma nova forma de viver, o lançamento de um condomínio de casas completamente ecológicas, etc., o minimalismo vem nos mostrar a importância de vivermos somente com os artigos que realmente precisamos usar e incentiva deixarmos de acumular objetos inúteis. É uma nova forma de pensar sobre o nosso modo de vida.
O minimalismo prega que ao ter menos coisas passamos a ter mais liberdade, podemos desfrutar de mais felicidade e alegria, afirma que o consumo nos fornece apenas uma alegria momentânea. Prega o fim da dependência de ter utensílios, de sermos definidos e limitados pelo que possuímos.
É isto mesmo, o minimalismo vai de encontro a tudo que aprendemos na sociedade capitalista, onde se relaciona níveis de felicidade ao poder de ter objetos novos, modernos e cobiçados, por exemplo, o último modelo de iPhone, o carro do ano, a casa maravilhosa, o novo modelo de sapato, a nova TV, mais um livro para não ler, etc. E as pessoas vivem a comparar, seja ao usar uma roupa com etiqueta ou desfilar com o último modelo do iPhone.
A verdade é que esta batalha é sempre perdida, pois o capitalismo sempre lança novos modelos de produtos, com amplas campanhas de marketing e, desta forma, age para induzir o consumir desenfreado e, com isto, deixa obsoletos modelos consumidos pouco tempo antes (meses, dias, ou até horas). Ao final, acumulamos tanto que nem sabemos as coisas que realmente temos.
O minimalismo prega usarmos os poucos produtos que precisamos até a sua exaustão, consumir o que necessariamente precisamos, deixar de acumular produtos não usados de forma imediata, com as pessoas tendo somente o mínimo.
Ao viver com o mínimo a pessoa não precisa trabalhar para ter algo mais, não precisa ficar endividada para acumular, ostentar produtos para pessoas que não importam ou para ter reconhecimento.
Viver uma vida no estilo do minimalismo leva também as pessoas a ter menos coisas para manter e cuidar, gera mais tempo para viver, a vida fica mais fácil e não perde tempo a cuidar de utensílios inúteis.
Por incrível que pareça, as pessoas que adotam o minimalismo passam a poupar mais dinheiro, que pode ser utilizado de diversas formas, como viagens e até trabalhando menos.
Os minimalistas defendem que as pessoas devem desintoxicar, desfazer das coisas que não usa, das que não vai usar nunca e das que vai usar às vezes, ficar somente com os itens que serão usados sempre e que são úteis.
Além disto, para ser um minimalista deve-se ter cuidado ao comprar, fazer compra somente de coisas úteis e evitar aquisições desnecessárias.
As ideias dos minimalistas estão influenciando pessoas jovens, nascidas em um novo contexto, onde, por exemplo, se tem o carro, mas não se tem estacionamento nas ruas ou vive a enfrentar congestionamentos diários para chegar ao trabalho ou mesmo a sua escola. Esta nova forma de pensar pode gerar uma nova revolução no modo de vida das pessoas e até vir a estancar o consumismo atual insustentável ecologicamente.
A única certeza que tenho é a importância deste movimento para nos incentivar a refletir sobre o nosso modo de vida atual, para até optarmos por um modelo mais gratificante de viver.

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