O Ministério da Agricultura está investigando um caso suspeito de “vaca louca” em um frigorífico de Belo Horizonte. O animal teria apresentado sintomas da doença em junho e no primeiro teste realizado o resultado foi positivo para a doença, mas no segundo negativo.

Os resultados de um terceiro exame ainda são aguardados e a vaca que apresentou os sintomas já foi sacrificada, conforme informações divulgadas pelo portal UOL.

Sem dar detalhes sobre a investigação e dos procedimentos realizados no frigorífico, o ministério informou que como membro da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na siga em inglês), o Brasil adota os procedimentos de vigilância, investigação e notificações recomendadas pela instituição. “Casos em investigação são corriqueiros dentro dos procedimentos de vigilância estabelecidos e medidas preventivas são adotadas imediatamente para garantir o controle sanitário. Uma vez concluído o processo em investigação, os resultados serão informados”, disse.

Segundo o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e órgão responsável pela defesa sanitária animal no Estado, Minas Gerais nunca registrou casos da doença. O IMA disse que colabora com o Ministério da Agricultura nas investigações, “atuando para a garantia da segurança e qualidade da produção mineira, e prestará informações adicionais tão logo obtidos os resultados dos exames”.

O governador Romeu Zema (Novo), em entrevista à rádio CBN, disse que está acompanhando a suspeita e que o Estado está adotando as medidas necessárias junto com o Ministério da Agricultura para que a ocorrência, caso seja confirmada, fique restrita ao local onde aconteceu. “Estamos tomando todas as medidas necessários em conjunto com o Ministério da Agricultura. É uma preocupação muito grande, todo o Brasil depende de exportação de proteína animal, e um fato como esse pode atrapalhar, prejudicar, e muito, esses negócios. É um acompanhamento e estaremos tomando todas as medidas para que, se confirmada, essa ocorrência fique restrita e onde aconteceu”, declarou. 

O presidente da Associação dos Frigoríficos de Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal (Afrig), Sílvio Silveira, considera um ato de irresponsabilidade do dono do frigorífico e das autoridades fiscais que estiveram no local, o fato de divulgar um caso suspeito da doença. “É uma suspeita em uma vaca velha, eles tinham que pesquisar primeiro antes de sair falando isso. É uma falta de reponsabilidade muito grande do dono frigorífico e das autoridades fiscais. Só que as exportações de carne no Brasil já pararam”, diz.

Segundo Silveira, a suspeita de “vaca louca” traz graves consequências para a pecuária e o mercado frigorífico de carne bovina. “O preço da arroba do boi caiu de R$ 320 para R$ 300. O pecuarista já está perdendo dinheiro. Os frigoríficos já suspenderam as compras internas para ver o que vai acontecer. Enquanto a análise do Ministério da Agricultura não ficar pronta, as compras internas não serão retomadas. Está todo mundo com medo. Se der positivo, o país não vai exportar carne e o preço do boi vai cair”, afirma o presidente da Afrig.

Fonte: O Tempo

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