O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Marcílio Marques Moreira, disse hoje que pode haver indícios de crime por parte da ministra especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, no uso do cartão corporativo para compras numa free shop e em restaurantes. Após uma reunião dos cinco integrantes da comissão, Moreira disse que o grupo decidiu enviar à Controladoria-Geral da União (CGU) o caso envolvendo Matilde.
Pode haver implicação no campo legal. Ao contrário da nossa comissão, a CGU tem capacidade de investigação, afirmou o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência. Moreira ressaltou que, no caso de uma compra feita numa free shop, ela alegou ter reembolsado o governo. Sobre se recomendaria a funcionários públicos ou autoridades o uso de cartão corporativo para pagamento de despesas pessoais, ele respondeu: Evidentemente que não.
A ministra, por meio da assessoria, negou ter cometido qualquer infração ética. Do ponto de vista ético, não há nenhum reparo a fazer na conduta da ministra. Não há nada a esconder em seus gastos com cartão, todas as informações são transparentes e disponibilizadas na internet. Não houve nenhum desvio de recursos, disse o secretário-adjunto, Martvs das Chagas.
Segundo Chagas, o fato de a Comissão de Ética Pública da Presidência da República ter enviado o caso para a Controladoria-Geral da União (CGU) demonstra que Matilde não infringiu nenhuma regra de conduta pública. Na realidade, a comissão, ao enviar o caso para a CGU, julgou-se incompetente para julgar o caso. Não identificou nenhum problema, disse.

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