O corpo da ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que morreu na noite de terça-feira (24), deixou o Hospital do Rim e Hipertensão da Unifesp, na Zona Sul de São Paulo, às 8h30 desta quarta-feira (25).
O corpo deve seguir para a Sala São Paulo, espaço de concertos de música erudita da capital, na região central, onde será realizado o velório.
A cerimônia está marcada para o período entre 11h e 21h desta quarta (25). Aos 77 anos, a mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso morreu em casa, no bairro Higienópolis, na cidade de São Paulo.
Segundo a assessoria do Instituto Fernando Henrique Cardoso, na quinta-feira (26) às 10h o corpo deve seguir para o Cemitério da Consolação, também em São Paulo, onde ocorrerá o enterro. Inicialmente, a assessoria havia informado que o velório começaria às 10h desta quarta.
Nota assinada pelos médicos Arthur Ribeiro, Walter Lima e Edson Stefanini, divulgada às 22h50, informou que a ex-primeira-dama faleceu subitamente hoje [terça] às 20h40 em sua residência.
De acordo com a nota, dona Ruth foi submetida na segunda (23) a um cateterismo cardíaco que revelou doença coronariana de extensão similar à doença já revelada em dois cateterismos anteriores, feitos em 2004 e 2006.
Na nota, os médicos atribuíram a morte a uma arritmia grave decorrente da doença coronariana.
O professor Leôncio Martins Rodrigues, amigo da família, disse que Ruth Cardoso morreu na companhia de um dos filhos. Segundo ele, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não estava em casa no momento em que a mulher sofreu o infarto. Rodrigues foi ao apartamento da família na noite desta terça e desceu para dar as informações aos jornalistas que se encontravam na portaria.
Além de Rodrigues, chegaram ao apartamento da família na noite desta terça o governador José Serra (PSDB), a primeira-dama de São Paulo, Mônica Serra, o coordenador das subprefeituras da Prefeitura de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), e o ex-ministro das Relações Exteriores no governo FHC Celso Lafer.
À 1h20, Andrea Matarazzo deixou o prédio da família de FHC e disse que o ex-presidente está muito triste com a perda, mas está bem. Dona Ruth foi uma importante figura para as políticas sociais no país e teve participação ativa no desenvolvimento social do Brasil, especialmente no governo de Fernando Henrique, afirmou.
O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), foi o último a deixar a casa do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso por volta das 2h30 desta quarta (25). Muito emocionado, ele declarou que a morte de Dona Ruth é uma grande perda para amigos, para a família e para o Brasil.
Ele disse ainda que tratava-se de uma pessoa muito especial que trabalhou até o fim da vida nas causas sociais.
Em entrevista à Globo News, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, afirmou que as comemorações dos 20 anos de aniversário do partido serão canceladas por conta da morte da ex-primeira-dama.
Os governadores tucanos de São Paulo, José Serra, Minas Gerais, Aécio Neves, e da Paraíba, Cássio Cunha Lima, decretaram luto oficial de três dias nos estados, segundo informaram as assessorias dos governos.
?Nós estamos muito atingidos por isso. Dona Ruth é uma espécie de consenso entre nós pela forma honrada como foi primeira-dama e da forma competente como exerceu funções públicas?, afirmou o senador Sérgio Guerra.
Guerra classificou dona Ruth como uma ?pessoa admirável?. ?Ela era uma pessoa que tinha muito prestígio no partido, muito respeito de todos. Uma pessoa honrada, discreta, uma dessas pessoas que marcam a vida de qualquer país?, disse.
De acordo com a blogueira do G1 Cristiana Lôbo, Ruth Cardoso exerceu forte influência sobre o governo do marido. Ela atuava nos bastidores e raramente se pronunciava em público sobre questões de governo.

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