O Ministério Público de Goiás entrou com uma ação civil pública, nesta segunda-feira (26), contra a enfermeira Camilla Correa Alves dos Santos, de 23 anos, acusada de agredir até a morte um cão da raça yorkshire, em Formosa, no Entorno do Distrito Federal. O promotor de Justiça Heráclito d?Abadia Camargo pede que ela pague indenização por dano moral à coletividade.
Na ação, o promotor requer um valor mínimo R$ 20 mil, mas a decisão da quantia cabe ao juiz. O dinheiro deverá ser revertido ao Fundo Municipal do Meio Ambiente de Formosa, onde aconteceu o fato.
Comoção nacional
O caso do cãozinho yorkshire ganhou repercussão nacional após o vídeo onde a enfermeira aparece agredindo o cachorro ser divulgado na internet. As imagens mostram chutes, puxões e golpes com um balde contra o animal. As agressões ocorreram na presença da filha da enfermeira, na época com um ano e seis meses.
Para o promotor, em sua argumentação, a comoção social provocada pelo lamentável episódio impõe a necessária responsabilização. Segundo a ação, na página eletrônica www.peticaopublica.com.br, 401.836 pessoas subscreveram um abaixo-assinado por meio do qual pediram providências contra Camilla, o que , junto com protestos nas ruas, comprovaria o dano moral coletivo.
Essa é a segunda ação do MP contra a enfermeira. Em fevereiro deste ano, o órgão já havia oferecido denúncia pelo crime ambiental de maus-tratos ao animal, tendo como agravante o constrangimento de criança sob sua responsabilidade, delito previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Preocupada
Em entrevista, o advogado de Camilla, Gilson Afonso Saad, disse ter avisado a cliente, nesta tarde, sobre a nova ação. Segundo o defensor, ela recebeu a notícia com preocupação. Agora que a vida da família está entrando nos eixos, explicou Saad.
Desde o episódio, Camilla está desempregada. A família se mudou de Formosa para uma cidade da Região Metropolitana de Goiânia, mas a proposta de emprego oferecida ao marido, que é médico, não se concretizou e eles tiveram de trocar de cidade outra vez. O advogado, no entanto, preferiu não revelar o novo local.
Segundo Saad, a enfermeira ainda não foi citada pelo juiz para dar início ao processo criminal. Ele informou ter apresentado um requerimento para que o processo, em Formosa, corra em segredo de justiça. A medida tem como objetivo preservar os dados da criança, filha da cliente.

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