As mulheres voltaram às ruas de Belo Horizonte para protestar contra o candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro. Elas tiveram o reforço de 42 blocos de carnaval, que se uniram em bateria única, formada por mais de 100 ritmistas, chamada Bateria do Amor. “Viemos aqui defender a pauta do ‘ele, não!’ e do ‘Haddad, sim!’. O movimento de carnaval da cidade é de esquerda e teve início com a defesa da ocupação do espaço público”, afirmou uma das fundadoras do bloco Tchanzinho Zona Norte, a professora da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Helga Almeida.

Integrantes dos movimentos sociais e dos partidos que apoiam a candidatura de Fernando Haddad (PT) apostam nos atos, que aconteceram em todo o Brasil, como estratégia de virada das intenções de voto. A pesquisa Datafolha, divulgada em 18 de outubro, apontou liderança de Bolsonaro, com 59% das intenções de votos, e Haddad com 41%.

A coordenadora do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), Beatriz Cerqueira, que foi eleita deputada estadual pelo PT, afirmou que a manifestação se posiciona contrário ao que a candidatura de Bolsonaro representa. “Somos contrárias à violência, ao ódio como forma de fazer política, à agressão de negros, à privatização da saúde. Como deputado, votou sempre contra os trabalhadores”, afirmou. A recém-eleita deputada estadual pelo Psol Andreia de Jesus também discursou.

O antropólogo e um dos fundadores do bloco Filhos de Tcha Tcha, Rafael Barros, informou que haverá mobilização intensa dos blocos carnavalescos da cidade na semana que antecede o segundo turno. Rafael informou que há articulação nacional para que os blocos de diversas cidades saiam às ruas, na véspera da eleição, para se posicionarem contra a candidatura de Bolsonaro. Em Belo Horizonte, os blocos deverão fazer cortejos em diferentes pontos.

A previsão é que os blocos Então, Brilha! e Abre-te Sésamo saiam da Vila Acaba Mundo, na Região Centro-Sul. Do Aglomerado da Serra, parte o Seu Vizinho. Da Região Leste, na Vila Dias, saem Tetê a santa, Bloco Comum Estrela, Mama na vaca, Praia da Estação, Filhos de Tcha Tcha, Tico Tico Serra Copo, Unidos do Queimalargada, Ladeira Abaixo e Sopra que Sara. “Será dia de alegria, festa, amor e esperança”, afirma. Rafael aposta na interação corpo a corpo com os eleitores, uma escuta sensível, como estratégia para virar os votos a favor de Haddad.

Com cartazes nas mãos, defendendo diferentes causas, ligadas à cidadania e direitos humanos, muitos manifestantes levaram placas em referência à vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em 14 de março, e o mestre Moa do Katendê, morto em Salvador em decorrência de discussão política, na votação do primeiro turno. “Marielle e Moa são símbolos do nosso povo que foram vitimados por uma sociedade hegemônica injusta e desigual. Quando levanto a placa, as pessoas ficam muito emocionadas”, diz o professor e artista Mário Arreguy.

Neste sábado (20), foram registrados protestos contra candidatura de Bolsonaro em 15 estados e no Distrito Federal.

 

Fonte: Estado de Minas||https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2018/10/20/interna_politica,998852/mulheres-saem-as-ruas-de-belo-horizonte-pelo-grito-contra-jair-bolsona.shtml

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