Por Lorene Pedrosa 

Não é novidade para ninguém que boa parte do acervo histórico do país, estados e municípios, não recebe dos governos o devido cuidado, talvez pelo fato de que o passado não atraia votos.

O desastre ocorrido no Palácio Imperial, no Rio de Janeiro, onde funcionava o Museu Nacional que contava com um acervo de mais de 20 milhões de itens não encerra o problema, mas abre a discussão e aumenta a fiscalização em museus e prédios históricos de todo país.

Para saber a realidade atual de Formiga quanto à manutenção de prédios e peças do acervo municipal, o Últimas Notícias esteve na terça-feira (4), no Museu Histórico Municipal Francisco Fonseca e no Centro Cultural Claudinê Silvio dos Santos, conhecido como Casa do Engenheiro.

Em nenhum dos dois locais há extintores de incêndio, sprinters, hidrantes na proximidade, portas corta-fogo ou outras formas de se inibir a propagação de chamas. O problema também se repete no museu ferroviário, que em 2007 foi alvo de vândalos que incendiaram a cobertura do vagão, que na época funcionava como biblioteca. O vagão construído em madeira e com o piso recoberto por material facilmente inflamável também abriga peças valiosas.

 

Estrutura do Museu Histórico Municipal Francisco Fonseca  (Foto: Paulo Coelho/Últimas Notícias)

Museu Ferroviário (Foto: Paulo Coelho/Últimas Notícias)

Os demais locais visitados também possuem tanto na estrutura quanto nos telhados e materiais expostos, uma grande quantidade de madeira, o que facilitaria o alastramento das chamas em caso de incêndio.

O portal apurou que a antiga Sede da Banda, cujo prédio também é bastante antigo e atualmente abriga a Escola Municipal de Artes Maestro Zezinho (Emart), recentemente, recebeu novos extintores a pedido do secretário de Cultura, Alex Arouca, que também informou que outro extintor que está sendo recarregado, será destinado ao museu.

Não faz muito tempo, o prefeito Eugênio Vilela fazendo o uso da “Tribuna do Povo” na Câmara, também reconheceu a precariedade em que se encontra a sede do poder municipal no que tange a esse item de segurança.

Essa semana o governo federal anunciou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disponibiliza verba para atender a demanda de ações que visem a proteção de acervos públicos e pode ser que, com um bom projeto, o município consiga se enquadrar e obtenha recursos para tais ações que, de fato, são necessárias e urgentes. O edifício Antônio Vieira, por exemplo, por suas atuais condições, seria um forte candidato à obtenção de recursos destinados a obras que venham a protegê-lo.

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