Apesar das inúmeras reuniões realizadas nos últimos dias entre a administração, médicos e dentistas que atendem no Programa Saúde da Família, a verdade é que as negociações continuam na estaca zero, apesar da apresentação de propostas e contrapropostas.
De um lado, a Prefeitura afirma ser impossível atender às reivindicações das duas categorias, em especial a equiparação salarial (piso legal). Postura colocada em cheque pelos profissionais, após a administração contratar uma empresa para prestar serviços médicos ambulatoriais a um custo de R$72 mil, para o atendimento de três profissionais por 8 horas diárias, ou seis profissionais por 4 horas diárias.
Na pauta de reinvindicações, consta ainda a melhoria das condições de trabalho ? estruturação dos Postos de Saúde, condições de continuidade dos atendimentos (consultas com especialistas, exames, reforma de prédios, protocolos clínicos, revisão do número de habitantes por PSF, dentre outros).
Ouvido na tarde dessa terça-feira (18), o médico que tem sido o porta-voz do movimento, Ednaldo Durço, afirmou que o ânimo reinante na categoria, diante da posição inflexível do prefeito, é de que a greve iminente será inevitável e terá início tão logo sejam cumpridas as exigências previstas em lei.
Para a classe dos dentistas, ainda não foi apresentada nenhuma proposta oficial. Uma nova reunião está marcada para esta quarta-feira (19).
Confira, na íntegra, a nota enviada pela administração sobre o pedido dos médicos.
?A Prefeitura de Formiga formalizou sua proposta definitiva para os médicos. Após vários estudos e reuniões, chegou-se a um aumento de 50%, concedido em duas parcelas. Com isso, o salário-base desses profissionais passaria de R$ 6.900 para R$ 10.350. A classe rejeitou essa proposta.
Representantes da Prefeitura apresentaram esses números aos médicos em reunião na segunda-feira, dia 17. Eles deram a resposta negativa em nova reunião ocorrida nesta terça-feira, que contou também com a presença do Sintramfor (Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Formiga).
Na sexta-feira passada, dia 14, o prefeito Moacir Ribeiro apresentou a primeira proposta. A sugestão era enviar um projeto de lei à Câmara para reduzir a carga horária pela metade: de oito horas por dia, para quatro horas. O salário desses profissionais seria reduzido na mesma proporção: em 50%. Em cima desse novo salário, a Prefeitura se dispôs a conceder 20% de aumento mais a revisão geral anual, concedida a todos os servidores. Essa proposta também foi rejeitada.

Proposta definitiva

Pela proposta definitiva feita aos médicos, haveria um aumento de 25% em abril deste ano. Assim, o salário-base já passaria de R$ 6.900 para R$ 8.625. Os outros 25% seriam concedidos em janeiro de 2015, chegando-se ao valor de R$ 10.350.
Porém, os médicos insistem em um aumento de 100%. Técnicos da Prefeitura fizeram todos os cálculos possíveis e concluíram que a única proposta viável é a de 50%. Ainda assim, a administração municipal enfrentaria dificuldades para honrar esse compromisso.

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