Do fim da noite desta quarta-feira para a madrugada de amanhã a Lua terá contornos ainda mais especiais. A partir das 21h30, os mineiros poderão acompanhar um eclipse lunar total. Quem perdê-lo, só verá outro em dezembro de 2010. Em BH e região metropolitana estão programadas várias atividades para a observação do fenômeno. Em Minas, a Lua nascerá às 18h20. Perto dela, estará Saturno e ainda mais próximo, Regulus, a brilhante estrela da constelação de Leão. Serão 5 horas e 39 minutos de eclipse (das 21h37 às 3h16), mas será total (com a Lua integralmente coberta pela sombra da Terra) durante 50 minutos (de 0h01 a 0h51).
Segundo o professor do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (Icex) e coordenador do Grupo de Astronomia da UFMG, Renato las Casas, há várias formas de explicar o fenômeno. ?Uma delas é o alinhamento quase perfeito do Sol, da Terra e da Lua. Quando isso ocorre, a luz do Sol não chega diretamente à Lua. Isso é o eclipse?, afirma. O último ocorreu no início do ano passado.
Os eclipses se repetem em intervalos muito grandes. Normalmente, é possível observá-lo no mesmo lugar a cada três anos. O professor considera que há um período fértil de eclipses lunares, com uma taxa acima da média. ?São ciclos que ocorrem e há uma explicação matemática. Nada é por acaso. São ciclos de movimento da Lua em torno da Terra, da Terra em torno do Sol e uma inclinação da Lua em torno da Terra. São necessárias várias ?coincidências? para que isso ocorra e forme o eclipse.?
Diferentemente do solar, no lunar não é preciso se preocupar com a visão e ele pode ser observado a olho nu. No Observatório Astronômico Frei Rosário, da UFMG, na Serra da Piedade, em Caeté, na região metropolitana, haverá programação especial, a partir das 20h. Às 20h30, o professor Túlio Jorge dos Santos dará aula, com mapas e pinturas projetadas em tela, sobre os eclipses na história. Depois, Las Casas explica o eclipse de hoje. Em seguida, é vez da dupla Carlos Heitor Fonseca e Fernando Augusto Batista falar por que vemos a Lua e por que ela fica vermelha durante um eclipse total. Haverá ainda um laboratório interativo e um telescópio para observação.

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