No Dia de Finados, neste sábado (2), muitas pessoas aproveitam não só para visitar túmulos de entes queridos, mas também para visitar os jazigos de personalidades com histórias que envolvem lendas e mistérios. Na região, os túmulos mais visitados são do Padre Libério, Maria Rodrigues Furtuosa e Norma de Lourdes.

Em Leandro Ferreira está sepultado Padre Libério, o sacerdote teve uma vida bastante significativa conforme a Diocese de Divinópolis, inclusive tem milagres atribuídos a ele, que estão em investigação pelo Vaticano para avaliação de um processo de canonização.

Padre Libério foi sepultado em Leandro Ferreira — Foto: Reprodução/TV Integração

Segundo relatos divulgados pela Diocese, desde criança Libério ajudava o pai guiando bois. Em 1902 a família mudou-se para Mateus Leme, onde ele trabalhou como servente de pedreiro. Com 22 anos, ingressou no Seminário em Mariana, vindo a ser ordenado em 20 de março de 1916.

O religioso

O padre faleceu em Divinópolis no dia 21 de dezembro 1980. Foi velado em Pará de Minas e sepultado em Leandro Ferreira no dia seguinte. Nesta cidade foi instalado um pequeno museu que conta parte da história do sacerdote. Inclusive com uma “sala dos milagres”, onde fiéis colocam objetos e fotos para agradecer graças alcançadas com interseção do padre Libério. Em março, o corpo dele foi exumado por uma equipe do Vaticano.

Formiga

De acordo com a Prefeitura de Formiga, na cidade existem pelo menos quatro locais com histórias que se tornaram verdadeiras lendas urbanas. Contudo, os nomes de maior destaque são os de Maria Rodrigues Furtuosa e Norma de Lourdes.

“A mulher que foi enterrada viva”; Maria Rodrigues Furtuosa era natural de Ribeirão Vermelho e foi casada com João Pinto da Cunha, ferroviário da Rede Mineira de Viação (RMV), extinta Rede Ferroviária Federal e hoje Ferrovia Centro Atlântica (FCA). O casal se mudou para Formiga para trabalhar nas oficinas da Rede.

Conforme registros históricos da Prefeitura, em 1890 durante o parto do único filho, Maria Rodrigues teve uma eclampsia, seguida de coma, apesar disso, Maria passou a apresentar um quadro constante de febre.

Túmulo Maria Rodrigues Formiga — Foto: Acervo Pessoal/João Carlos Vespúcio



Na época, Formiga vivia uma epidemia da varíola, com isso suspeitaram que a febre pudesse ter ligação com a varíola, e com medo de que a doença se espalhasse ainda mais na cidade, os médicos decidiram por enterrá-la, antes mesmo que a morte dela pudesse ser de fato comprovada. Maria foi sepultada no Cemitério do Santíssimo. Anos depois, a família descobriu que Maria Rodrigues ainda estava viva quando foi enterrada, com isso várias pessoas passaram a rezar para a alma dela. E 110 anos depois do acontecido são atribuídos diversos milagres com a intercessão da alma de Maria.
Em entrevista concedida ao G1 em 2018, o responsável pelo Setor de Funerária e Cemitérios Municipais de Formiga, João Carlos Vespúcio, falou sobre Maria Rodrigues.

“Ela foi sepultada no chão e colocaram uma pedra sobre ela. Anos depois, construíram uma capela por cima, mas preservaram o túmulo. Hoje, existe um memorial destinado a ela”, disse.

Norma de Lourdes

“A menina Norminha”; A lenda envolvendo o túmulo de Norminha de Lourdes, morta aos cinco anos de idade, é uma das mais curiosas da cidade. Populares contam que a criança foi morta nos anos 50. Atualmente, o túmulo, que fica no Cemitério do Santíssimo, é cercado de mistérios.

Túmulo Norminha Formiga — Foto: Acervo Pessoal/João Carlos Vespúcio


Conta-se que a família vivia bem, mas a sua mãe morreu e o pai casou-se novamente. A madrasta deixava Norminha sem comida, enquanto o pai dela trabalhava. A criança se queixava para ele quando chegava em casa. A lenda conta que o pai, uma dia cansado de ouvir a menina reclamar, a levou para um lugar abandonado e a matou. O caso também ganhou repercussão e atualmente o túmulo é muito visitado, especialmente por crianças, que levam doces e velas para Norminha.

Escravo Adão
O conto folclórico indica que um homem, que seria um escravo de um povoado chamado “Capoeira do Adão” em Formiga, caminhava por uma estrada quando apresentou os sintomas de uma doença da bexiga e morreu.

“Os relatos indicam que uma cruz foi colocada próximo ao local onde ele morreu para que todos que passassem pelo local soubessem. Em um barranco próximo, existia um número, feito por uma moradora de uma fazenda, que indicaria a data de morte do homem. Ele nunca teve a identidade confirmada. Muitos afirmam que o local é mal assombrado, mas uma família dedicou 50 anos para visitar a região semanalmente, afirmando que era de extrema devoção e de muita fé”, lembrou João Carlos.

Cemitério dos Bexiguentos

Cemitério dos Bexiguentos em Formiga — Foto: Prefeitura de Formiga/Divulgação


A historia contada pela Prefeitura de Formiga ao G1 é de que uma família que morava na Lagoa do Fundão, ponto turístico da cidade, foi sepultada em um cemitério construído por eles próprios. De acordo com o folclore, um casal, uma senhora e uma criança tiveram a doença da bexiga e foram enterrados para não espalhar a doença.

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