Em recente estudo, o Departamento de Medicina Fetal do Hospital das Clínicas de São Paulo conseguiu aumentar em até 50% de chances de sobrevida os fetos que sofrem de desenvolvimento parcial ou incompleto dos pulmões (hipoplastia pulmonar). Segundo o trabalho, a realização de cirurgia intrauterina foi eficaz em nove bebês que foram operados antes do parto (dos 17 que se submeteram ao procedimento), contra apenas um que foi tratado após o nascimento.
A hipoplastia pulmonar ocorre devido à malformação congênita chamada hérnia diafragmática. Nela, ocorre o fechamento do diafragma (músculo que separa o tórax do abdômen). Logo após, os órgãos abdominais (intestino, estômago e fígado) entram na cavidade torácica, comprimindo, assim, os pulmões, o que impede seu crescimento e o desenvolvimento do feto.
A cirurgia que ocorre na 28ª semana de gestação (sétimo mês), somente é indicada para casos considerados graves. Seu diagnóstico normalmente é realizado no quinto mês, quando é constatado, por meio do ultrassom, que há essa malformação no órgão, uma vez que o coração do bebê é desviado para o lado.
Durante o procedimento, é implantado, por um tubo endoscópico, um balão de látex na traqueia do bebê. O objetivo é bloquear a passagem de ar para que os pulmões cresçam. Com isso, ao nascer, o pulmão da criança já está desenvolvido. Como é biodegradável e costuma ser absorvido pelo organismo antes do parto-programado, só é necessário procedimento cirúrgico para retirada do balão caso tenha sobrado algum fragmento.

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