Está na TV, no rádio, na internet e nos jornais impressos a orientação do Estado para que as pessoas se vacinem contra a febre amarela. Não se trata especificamente de uma campanha, mas de uma orientação. Entretanto, quem segue o alerta das secretarias estadual e municipal de saúde está tendo dificuldade para se imunizar contra a doença.
Uma jornalista que prefere não se identificar procurou na manhã da última quinta-feira, dia 12, o posto de saúde próximo de sua casa, no bairro Alvorada, para se vacinar contra a febre amarela. Ao chegar na Unidade Básica de Saúde (UBS) obteve a seguinte resposta: ?não tem a vacina!?. É que a dose havia sido aplicada naquele posto no dia anterior e só daqui a um mês para a unidade receber mais medicamento. Ela foi orientada a agendar a vacinação em outro posto, pois está com a dose atrasada desde o final do ano passado e vai viajar para outro estado.
O professor da rede estadual de educação W.M.J., de 28 anos, diz que, desde o ano passado, tem procurado o posto de saúde do Sagrado Coração de Jesus e ainda não conseguiu se imunizar. ?Eu já até desanimei?, lamenta.
Orientações da Secretaria de Saúde
A Secretaria Estadual de Saúde orientou as secretarias municipais a intensificarem o monitoramento contra a febre amarela. Na semana passada, foi publicada na imprensa local, inclusive neste semanário, reportagens em que a coordenadora do setor de epidemiologia, Juliana Castro, sugeria aos formiguenses a procurem uma Unidade Básica de Saúde para tomarem a vacina contra a febre amarela.
Juliana Castro deixou claro que não seria uma campanha, apenas uma sugestão, uma estratégia preventiva de rotina. Entretanto, a procura tem sido grande e o número de vacinas fornecidas pelo Governo do Estado é insuficiente, como diz a coordenadora de epidemiologia.
A Secretaria Municipal de Saúde recebeu apenas mil doses. ?Cada frasco tem 50 doses e, como duram apenas quatro horas, temos que dinamizar para aproveitar as vacinas?, explica Juliana Castro. A forma encontrada pela equipe foi fazer um rodízio nos postos de saúde para atender à população. Assim, na parte da manhã, a vacinação é feita em uma UBS e à tarde em outra, atendendo dois bairros por dia. Os postos de saúde receberam uma comunicação interna com uma escala de vacinação por unidade, para facilitar o agendamento.
Juliana Castro diz que a estratégia da secretaria é a busca ativa, ou seja, quem está com o cartão em atraso ou vai viajar para locais de riscos, como áreas campestres e outros estados, até que se regularize a situação.
?Quem precisa se vacinar pode procurar o posto de saúde. Não tem vacina todos os dias em todos os postos, mas pode procurar outras unidades e até agendar a vacinação?, ressalta a coordenadora. ?Essa foi a forma que o município encontrou para manter controlada a vacinação, pois não tem doses para a cidade inteira. Não é a primeira vez que a vacina falta, no ano passado, ficou quase o segundo semestre inteiro sem ter a vacina?, completa.
Juliana Castro diz que entrou em contato com a coordenação da Secretaria Estadual de Saúde, mas a resposta foi que, no momento, é o que o órgão tem condições de disponibilizar ao município. A coordenadora enfatiza que a cidade não está em campanha contra a febre amarela e, mesmo com o número de doses limitado, está ocorrendo agendamento para que ninguém que precise fique sem se imunizar.

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