Enquanto uma nuvem de gafanhotos se aproxima do sul do Brasil e deixou um rastro de plantações destruídas pelo Paraguai e Argentina, a praga está há meses assolando parte da África, do Oriente Médio e Sudeste Asiático, regiões já vulneráveis.

Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, a nuvem de gafanhotos deste ano é a pior na região do Chifre Africano em 25 anos e a pior no Quênia em 70 anos. A área, que já é bastante vulnerável, pode sofrer ainda mais com a falta de alimentos, aumento nos preços e outros impactos causados pela pandemia do novo coronavírus.

Os gafanhotos estão se locomovendo entre a Índia, Paquistão e o Irã, além de passarem pelo Sudão, Sudão do Sul e Etiópia, que, segundo a patrulha de gafanhotos da organização, estão em alerta máximo pelas próximas 4 semanas, quando os insetos podem causar maiores danos às plantações. A ONU recomenda que as autoridades locais se preparem.

Na Índia, as populações do inseto chegaram em maio e se alastraram por diversas regiões do país, um feito que não acontece desde 1961.

No Quênia e na Somália, os insetos botaram ovos e se reproduziram em massa, o que significa que novas nuvens estão se formando, causando uma “ameaça sem precedentes para a segurança alimentar e subsistência no começo da temporada de colheitas”, disse a organização.

O Iêmen, ameaçado por um guerra civil e pela pandemia do coronavírus, também tem formação de nuvens.

A espécie que forma as nuvens de gafanhotos na África e na Ásia é chamada “gafanhoto do deserto” e é diferente da que se prolifera nas América. O fenômeno que atinge o Paraguai e a Argentina é provocado pela espécie Schistocerca cancellata.

A organização alerta que os gafanhotos representam uma ameaça para a alimentação da população, além dos riscos de deslocamento dos moradores de regiões rurais e potenciais conflitos.

Matéria do R7

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