Quem é mãe ou está grávida já deve ter ouvido falar sobre uma vitamina essencial para a formação do feto: o ácido fólico, do complexo B (a B9). A substância também ajuda a multiplicar as células de defesa e a prevenir doenças, como a anemia. Porém, apesar de importante, ela ainda é consumida em níveis abaixo do ideal.

O nutriente pode ser encontrado em verduras, legumes, frutas, cereais e carnes. Cápsulas manipuladas também são indicadas às gestantes. No entanto, a ideia é que toda a população faça ingestão da vitamina no dia a dia.

Para isso, sob determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), fabricantes de farinhas de trigo e milho terão que aumentar a concentração de ácido fólico nos produtos.

Em abril, elas já deverão ser comercializadas enriquecidas com 4 a 9 miligramas (mg) de ferro e com 140 a 220 microgramas de ácido fólico para cada 100 gramas de farinha.

As novas regras alteram norma do próprio órgão, datada de 2002. Na época, a agência já havia determinado a adição de 4,2 mg de ferro e de 150 mg de ácido fólico para a mesma quantidade dos industrializados.

Especialistas aprovam o reforço. Membro do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN), Elisabeth Chiari destaca que a iniciativa visa a alcançar grande parte da população, uma vez que os produtos são fáceis de serem encontrados e baratos. “A ausência do ácido fólico é maléfica, especialmente para as grávidas”, reforça.

Benefícios

Os médicos afirmam que o nutriente contribui para a formação do tubo neural, que dá origem ao sistema nervoso central e à coluna vertebral do bebê. Por outro lado, a deficiência pode causar malformações e até anencefalia, quando o cérebro não é constituído completamente.

A orientação é que a mulher que deseje engravidar já comece a tomar a suplementação antes da concepção.

Segundo a nutricionista Aline Pinheiro, professora das Faculdades Kennedy, a dose ideal é de 0,4 miligramas da vitamina por 30 dias, antes de começar a tentar engravidar.

Imagem: arte Hoje em Dia

Quantidade maior

Para quem não fez uso da substância antes da gestação, a quantidade poderá até ser maior. É o caso da jornalista Iaçanã Woyames, de 35 anos, que acabou de entrar na 17ª semana de gravidez. Para complementar, ela consumia comprimidos de ácido fólico e verduras. “Tomava em cápsulas, uma por dia”, relembra.

A ingestão pode ser feita até o fim da gravidez, afirma Daniela Resende, delegada do Conselho Regional de Nutricionistas de Minas Gerais (CRN) em Uberlândia, no Triângulo.

Ela recomenda combinar a forma medicamentosa do nutriente ao consumo de alimentos ricos em vitamina B9. A especialista acrescenta que a dieta também pode prevenir anemias. Porém, ela observa que a gestante deve sempre ser acompanhada por um médico.

Daniela Resende afirma que nem todo déficit de hemoglobina no sangue é causado pela falta de ácido fólico no organismo. “É preciso orientação de um especialista”, afirma a nutricionista.

 

COMPATILHAR: