Há lugares na internet em que nem o poderoso Google consegue penetrar. Na verdade, um volume proporcionalmente muito maior de informações fica arquivado na rede mundial de computadores sem que os mecanismos de busca consigam encontrá-las. A estimativa é que, para cada dado encontrado no Google, outros 500 permaneçam escondidos. A chamada Deep Web (ou internet profunda, em tradução literal) guarda de tudo: antigos arquivos médicos, relatórios de hospedagem em hoteis, catálogos de museus e antigos agendamentos de voos, por exemplo.
É também na Deep Web que se desenvolve um submundo virtual. Se valendo do anonimato e da invisibilidade, fóruns de discussão tratam despreocupadamente de temas como canibalismo, pornografia infantil, mutilação genital, necrofilia, tráfico de órgãos e de seres humanos entre outras atrocidades. Hackers também trocam informações sobre desenvolvimento de vírus para computador e informações sobre como invadir sistemas de segurança. São realizadas até contratações de assassinos de aluguel e vídeo-aulas para fabricação caseira de bombas e armas. Os dados são transmitidos de forma codificada e o anonimato é garantido pelo sistema Freenet.
Liberdade
Esse conceito de liberdade de expressão foi o que motivou o então estudante irlandês de ciência da computação Ian Clarke a criar, em 2000, o projeto Freenet. Baseado no propósito do software livre – programas de computador produzidos com código aberto e desenvolvidos de modo colaborativo – o Freenet é um sistema de transmissão de informação sem censura ou intervenção de servidores ou softwares corporativos. À época do lançamento, Ian Clarke declarou que não se é livre mais ou menos. É preciso ser radical em questões de liberdade.
Mesmo usando o sistema Windows é possível explorar a internet que não está no Google. Para isso, existem programas que garantem a privacidade para se mergulhar nas profundezas da rede.
Mas não há apenas crimes na Deep Web, também existem fóruns de entendidos em informática que só querem discutir assuntos privados, sem terem suas conversas e seus endereços de IP (identidade virtual) rastreados por entidades privadas, como o Google.

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