Questionada sobre a alegação dos vereadores de que o sindicato quebrou o acordo com eles e fez uma negociação com a Prefeitura, a presidente do sindicato disse que não teve quebra de acordo com ninguém. ?A situação é que os vereadores nos apoiaram no sentido da não aprovação dessa estrutura ou que ela fosse alterada pelo prefeito e ele se recusava a alterar. Os vereadores se posicionaram do nosso lado para que o Plano de Carreiras fosse aprovado antes ou junto com a estrutura. Como o Plano de Carreiras veio cheio de problemas e voltou, fez com que travasse tudo, a cidade não podia ?caminhar?, resultado, ficamos no meio do caminho?.
Segundo Ana Paula, na terça-feira (12), dia da assembleia, os vereadores se reuniram com a diretoria do sindicato e disseram que iriam ao promotor trocarem opiniões com ele sobre a situação. ?Eu disse a eles que o prefeito me procurou na segunda-feira (11), e eles me orientaram a ir na Prefeitura para ver o que ele queria e, em seguida, eles iriam na Promotoria, e assim foi?, disse.
Ana Paula explicou que o prefeito Aluísio Veloso/PT fez a proposta de um reajuste salarial de 5% antecipado de maio para fevereiro e garantiu que o Plano de Carreira será encaminhado à Câmara o mais rápido possível. ?Ele colocou isso no papel e assinou uma ata e assinamos juntos. Eram 16h, o vereador José Geraldo da Cunha [Cabo Cunha/PMN], me ligou dizendo que o promotor tinha chamado as duas partes lá. Às 17h, teve início a nossa assembleia na sede do Clube Centenário, no meio da assembleia, eu recebi um telefonema do vereador Reginaldo Henrique dos Santos [Dr. Reginaldo/PCdoB]. Ele me disse que o promotor tinha feito um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), e que eles tinham assinado e as duas partes cederam. Os vereadores iriam votar na reforma administrativa e o prefeito se comprometeu a fazer alterações na estrutura e cumprir o que tinha assinado na ata. Os vereadores me falaram que o prefeito iria diminuir os cargos de confiança e passar para cargos de carreira?.
A presidente do Sintramfor narrou esses fatos para os servidores durante a assembleia. ?Os servidores ficaram revoltados, deu maior ´auê´, ficaram nervosos. Nós procedemos a votação, que já estava prevista, as cédulas já estavam prontas, os filiados votaram, outros foram embora e não votaram. O que prevaleceu foi o não, mostrando a indignação do servidor com a falta de valorização que eles têm tido. O pessoal estava muito revoltado e votaram não?, explicou.
?Acho que, no final de tudo, conseguimos coisas boas, estamos vendo uma luz no fim do túnel. Estávamos bem preocupados dessa estrutura administrativa pesar a folha mais ainda e não conseguirmos o nosso Plano de Carreiras. Agora já está tudo assinado, tudo sacramentado. Foi um desfecho tumultuado, mas, no final, o servidor saiu tendo um ganho. Assim que chegar o Plano de Carreira, as comissões vão analisar, ver o que está bom, o que não está?, concluiu Ana Paula.

O que disseram os vereadores
A reunião extraordinária da Câmara Municipal ocorreu nesta quarta-feira (13), para a aprovação unânime da reforma administrativa da Prefeitura. O presidente do Legislativo, Edmar Ferreira, deu um tempo de cinco minutos para que cada vereador se pronunciasse sobre o assunto.
O vice-presidente Reginaldo Henrique dos Santos (Dr. Reginaldo/ PCdoB) falou que neste episódio, existe uma parte boa e outra não tão boa sobre o assunto. ?Existe os dois lados da moeda. O Ministério Público, com a sua experiência, vai saber onde, como e quando deve intervir na estrutura administrativa. O debate que tivemos na tarde de terça-feira no MP foi frutífero sim, os servidores vão ganhar, a sociedade vai ganhar. Se isso veio difícil, há de permanecer. Em função de todo esse contexto que ocorreu de forma democrática, o meu voto será favorável a esse projeto? .
O vereador Cid Corrêa/PR disse que ficou feliz com os resultados. ?Fomos surpreendidos pela negociação feita entre o sindicato e o Executivo e nós, do chamado G5, decidimos tentar da melhor forma possível aumentar essa negociação com o sindicato. Em 60 dias, estará chegando a esta Casa o Plano de Carreiras e iremos lutar para valorizar os servidores de carreira? , comentou
O vereador Gonçalo Faria/PSB falou que todos saíram vencedores e tiveram a oportunidade de se manifestarem democraticamente. ?O que ocorreu aqui nesta Casa na sexta-feira (8), eu acredito que não foi invasão, como muitos falaram, porque aqui é a casa do povo. Acho que não precisava ter esse desgaste todo. Desgastou muito a imagem da Câmara e do Executivo, mas, no final, prevaleceu o bom senso e a sensatez para resolver esta questão. Desde o início eu em declarei a favor da reestruturação da Prefeitura, porque conheço a estrutura arcaica que a Prefeitura tem hoje? , disse.
Moacir Ribeiro/PMDB disse que foi de suma importância a participação do sindicato na negociação com a Prefeitura. ?Temos que admitir também que funcionários ficaram prejudicados, terão os salários rebaixados. Realmente na Prefeitura muitos profissionais como médicos, advogados e engenheiros estavam com os salários defasados, ganhando R$ 1.200? .

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