Nos dias de hoje, a sociedade em geral busca uma melhor qualidade de vida corporal. O culto à estética não é muito comum nas crianças brasileiras. Fontes do Ministério da Saúde afirmaram nesta terça- feira (22) que o excesso de peso está se tornando presente entre a ?garotada?. Dados apontam que, nos últimos cinco anos, aumentou em 39% o número de menores de 5 anos com obesidade.
A estatística serve de alerta para autoridades e especialistas em relação à obesidade infantil. Muitos afirmam que a doença é comparada a uma pandemia. Atualmente, mais de 9% das crianças nessa faixa etária têm obesidade no Brasil. Em Minas, o número atinge a cerca de 5% da população menor de 5 anos, segundo a Secretaria de Estado de Saúde.
Segundo o Ministério, a estimativa é de que 43% da população brasileira, incluindo adolescentes e adultos, estejam acima do peso ideal, sendo que 30% são obesos.
Na tentativa de frear o crescimento da doença, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicará ainda neste ano uma resolução para restringir a publicidade de alimentos com excesso de gordura em geral. Após 180 dias da publicação, o texto entra em vigor em caráter obrigatório.
De acordo com a gerente geral de monitoramento e fiscalização da propaganda da Anvisa, Maria José Delgado, as crianças e adolescentes são os principais alvos, por terem maior facilidade em contrair o alto índice de informações. ?A propaganda induz e altera os hábitos das pessoas, principalmente dos mais jovens. Não estamos dizendo que o produto não seja consumido, mas sim buscando algum tipo de advertência ao consumidor para os riscos do consumo em excesso, que pode causar problemas graves para a saúde? , esclareceu.
Merenda saudável
Em Minas, foi sancionada pelo governador Aécio Neves no dia 4 de setembro a lei 18.372/2009, que proíbe o fornecimento e a comercialização de produtos e preparações com alto teor de calorias, gordura saturada, gordura trans, açúcar e sal ou com poucos nutrientes nas escolas das redes públicas e privadas do Estado. A intenção é prevenir a obesidade infantil e promover a saúde dos alunos, com a formação de hábitos alimentares saudáveis.
Com a nova legislação, que entra em vigor seis meses após a sanção, os lanches e as bebidas fornecidas e comercializadas nas escolas devem ser preparadas de acordo com padrões de qualidade nutricional. Portanto, se alguém desrespeitar as normas, estará sujeito à multas e outras penalidades previstas na legislação sanitária.
A descrição específica dos alimentos que serão proibidos na comercialização e fornecidos nas escolas será definida em decreto que regulamentará a lei. O projeto de lei acrescenta dispositivo à Lei 15.072/2004, que determina ao Estado responsabilidade em orientar o desenvolvimento de programas de educação alimentar e nutricional nas escolas do ensino básico das redes públicas e privadas de Minas.
Restrição alimentar em Formiga
Desde o início deste mandato, o vereador Cid Corrêa/PR apresentou um projeto de restrição alimentar nas escolas de Formiga. O assunto gerou diversas discussões. Diretoras de escolas se manifestaram, usaram a Tribuna do Povo, mostraram as dificuldades de se implantar o projeto, apesar de reconhecerem os benefícios, sugeriram debate e, com isso, o projeto continuou engavetado, apesar dos esforços de Cid Corrêa para a sua aprovação.
Agora, o projeto do vereador não será mais necessário, pois, por determinação do Estado, todas as escolas de Minas terão que implementar a merenda saudável, sujeitas a punições, em caso de descumprimento.

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