Até o encerramento desta edição, na noite de quinta-feira (22), permanecia como incógnita dentro da administração municipal, o instrumento legal que ampararia, ao menos em parte, a decisão dos atuais locatários do bar do Mirante do Cristo, que optaram por aumentar e muito, a área coberta antes destinada à exploração do ramo de bar/restaurante e/ou casa de shows e entretenimento que ali se instalou ultimamente.

Estranhamente, foi aterrada e fechada uma grande área que antes recebia turistas e frequentadores que habitualmente para ali se dirigiam, uma vez que daquele local se podia desfrutar de uma das mais belas vistas panorâmicas da cidade. Além da demolição da antiga escadaria, construiu-se uma grande laje que acabou por envolver e esconder até mesmo o monumento (escultura) do próprio Cristo – principal atração turística da área urbana da cidade.

Atualmente, o acesso só é possível após se passar pelo portão do empreendimento e o grande reservatório que recebe a água bombeada a partir da sonda para ser distribuída por diversos bairros de Formiga está totalmente inserida dentro das novas instalações da casa de shows, como muitos a conhecem.

Com as modificações, parte dos registros de controle da distribuição de água hoje está por baixo do piso da área coberta e fechada do novo empreendimento, onde se atende o público no enorme salão que ali se formou, inclusive com a concretagem e colocação de piso naquilo que agora se transformou em pista de dança. Ora, isto é, obviamente, inaceitável!

O acesso à parte superior da imensa edificação, que armazena cerca de 600 mil litros de água tratada, também está limitado, pois, para se conseguir verificar algo como qualidade da água ou as próprias condições do armazenamento, é preciso passar por dentro do salão destinado ao atendimento da clientela e de alguma forma acessar a laje que se liga ao topo da caixa d’água.

O atual prefeito, Eduardo Brás, ao tomar conhecimento destas irregularidades, de pronto determinou a interdição do local e mais que isto, mandou que a Procuradoria Municipal tomasse as providências para rescindir qualquer instrumento de cessão daquele espaço. Isto porque, na Secretaria de Planejamento e Regulação Urbana ao que se apurou, não há nenhum projeto ou documento que permita a execução da estranha obra que, repentinamente ali surgiu, embora exista um contrato de locação entre a administração e os atuais locadores, no qual, segundo informações obtidas na Prefeitura, não se permite a realização de qualquer modificação estrutural (obras) sem a expressa autorização do município.

Diante do exposto, a Defesa Civil do município foi acionada e após emitir um minucioso laudo, lavrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Militar.

Segundo apurado pelo jornal, os atuais locadores informaram que o prefeito afastado, Moacir Ribeiro, tinha conhecimento dos planos dos empresários no que toca as modificações e as autorizou. Porém, tal documento ainda não “apareceu” e eles chegaram a comentar que o investimento nas obras está em torno de R$300 mil.

(Fotos: Últimas Notícias)

COMPATILHAR: