O governo lançou nesta quarta-feira (2) o Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentadas, que contém as principais reclamações e problemas apresentados pelos consumidores em 20 estados brasileiros e no Distrito Federal. O cadastro concentra dados como as principais reclamações do consumidor e as empresas que lideram o ranking de pior avaliação.
A empresa de telefonia Oi/Brasil Telecom lidera o cadastro das 30 empresas mais reclamadas no ano de 2009, com um total de 5.966 reclamações. Na sequência, aparecem Itaú/Unibanco (4,3 mil reclamações), Nokia (3,6 mil), Sony/Ericson (3,5 mil) e TIM (2,3 mil).
O ranking de queixas dos clientes que não tiveram solução após o contato com a empresa também é liderado pela Oi/Brasil Telecom, seguida pelo Itaú/Unibanco, Claro, TIM e Sony/Ericson.
De acordo com o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) do MJ, Ricardo Morishita, a Oi/Brasil Telecom é processada em 24 estados e por 33 entidades porque descumpriu com as regras do SAC [Serviço de Atendimento ao Consumidor] e desrespeitou a sociedade brasileira. De 2007 para cá, se esforçaram muito a atender muito mal e gerar mais reclamações, destacou.
Não entendemos o porquê esse quadro se mantém? Não faz sentido uma empresa que ganha R$ 1 bilhão por mês ganhar porque abusa. Com a portabilidade e as possibilidades do consumidor exercer a sua liberdade de escolha, ele poderá fazer sua opção, afirmou Morishita. Ele acrescentou que a transparência é um grande remédio para se avançar na cidadania.
Os números apresentados pelo Ministério da Justiça (MJ), porém, não refletem a totalidade de queixas apresentadas nos Procons do país, pois seis estados estão de fora do cadastro, entre os quais São Paulo, unidade da Federação que concentra a maior população do país.
700 mil atendimentos
De acordo com o levantamento, o Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec) registrou entre agosto de 2008 e agosto de 2009 um total de 797.736 atendimentos de consumidores, sendo que 85% da demanda foi resolvida imediatamente, sem a necessidade de abertura de processos administrativos.
Os dados mostram que ao longo de um ano foram necessárias a abertura de 104.867 reclamações fundamentadas. A maioria mais que absoluta dos atendimentos foi capaz de resolver os problemas do consumidor, comemorou a secretária de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Mariana Tavares.
Para Ricardo Morishita, a solução para as empresas que aparecem no topo do cadastro não é não enganando, subtraindo informações e adotando condutas abusivas, mas dando mais atenção ao consumidor. Espero que as empresas possam resolver rápido e resolver bem os problemas dos consumidores, observou.
Call centers
Na terça-feira (1º), o Instituto Brasileiro de Relações com o Cliente divulgou balanço que aponta o setor de telefonia como o de pior avaliação dentre os segmentos de serviços de atendimento ao consumidor (SACs).
No geral, a média do cumprimento das regras dos call centers aumentou de 59% para 89% desde a última pesquisa. Mas ainda não é suficiente. Segundo o Ministério da Justiça, as empresas foram multadas em R$ 10 milhões só no ano passado.

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