As Polícias Civis de São Paulo, Minas Gerais e de outros 12 estados desencadearam nessa quinta-feira (14) a operação  Echelon, que significa “escalão”, em referência aos graus hierárquicos da facção criminosa PCC, alvo das ações. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e oito de prisão em 11 cidades de Minas – ao todo, no país, foram cumpridos 121 mandados, sendo 63 de prisão. Em Minas, o quarto estado com maior número de integrantes do PCC (1.432), as investigações sobre a atuação da facção no tráfico de armas e drogas se uniram à apuração da polícia sobre a série de ataques a ônibus, agências bancárias e prédios públicos que aterrorizaram o Estado na última semana – especialmente no Sul e no Triângulo.

“Por meio de trocas de informações entre a Polícia Civil de Minas (PCMG) e demais forças de segurança de Minas e de São Paulo, foi possível a prisão de diversos integrantes de organizações criminosas que têm ligação direta com os episódios”, diz nota da PCMG. Ao todo, 70 homens da PCMG participaram da operação, que aconteceu em Poços de Caldas, Pouso Alegre, Guaxupé, Extrema, Passos, Itaú de Minas, Botelhos, Caxambu, Alfenas, Divinópolis e Fortaleza de Minas.

Dos mandados de prisão determinados nessa quinta-feira no Estado, cinco tiveram como alvo criminosos que já estão presos. Em Guaxupé foram cumpridos três mandados de prisão, segundo a Civil.

As investigações que culminaram na Echelon começaram em junho de 2017, quando o líder do PCC, Marcola, estava isolado pela sexta vez no Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), no presídio de Presidente Bernardes, em São Paulo. Na ocasião, agentes penitenciários encontraram fragmentos de manuscritos na rede de esgoto do presídio, e a Polícia Civil acabou identificando sete líderes da organização criminosa, além de revelar a existência de uma ligação da facção com países vizinhos ao Brasil. Marcola, condenado a 332 anos de prisão, por enquanto, não figura entre os que tiveram a prisão decretada na quinta-feira.

Os outros Estados alvos da operação foram: Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará, Alagoas, Goiás, Tocantins, Roraima, Rio Grande do Norte, Acre, Amapá e Amazonas.

Até a última segunda-feira, 90 pessoas tinham sido presas, e 26 menores, apreendidos pelos ataques em Minas, de acordo com a Polícia Militar.

Setor-alvo

Cúpula:  A operação Echelon visa atingir a estrutura do PCC que controla as ramificações interestaduais da facção: o setor “Resumo dos Estados”, que é subordinado à cúpula da organização.

Ramificação

Disputas:  De acordo com a polícia, a ramificação do PCC e a rede identificada são responsáveis por acirrar a disputa entre facções do país, o que já resultou em mais de cem mortes. A operação tem provas sobre 12 delas e também investiga a ligação dos envolvidos com desaparecimento de pessoas.

Drogas: Nos meses de investigação, mais de uma tonelada de drogas foram apreendidas.

Ação em Uberlândia também mira tráfico ligado à facção

A Polícia Federal e a Polícia Militar deflagraram nesta quinta-feira a operação Contenção em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, para desarticular um braço do PCC que atua no tráfico de drogas. Foram cumpridos 14 mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão.

A investigação foi iniciada há cerca de seis meses e visa a conter a atuação da organização criminosa, cuja liderança emite ordens de dentro de presídios de Minas Gerais.

Até o fechamento desta edição, houve o indiciamento de 18 pessoas, sendo que a maior parte já tem registros criminais por tráfico de drogas, roubos e homicídios. Os presos foram encaminhados ao presídio Jacy de Assis, permanecendo à disposição do Poder Judiciário.

Mais quatro agências invadidas

O acionamento da cortina de fumaça impediu mais um ataque a banco no interior de Minas. Desta vez, quatro homens invadiram uma agência bancária na madrugada de quinta-feira em Várzea da Palma, no Norte do Estado. Com o intuito de dificultar a ação da polícia, os criminosos ainda espalharam pregos próximo à agência. Enquanto tentavam explodir o equipamento da Caixa Econômica Federal, o sistema de segurança do banco acionou a cortina de fumaça e impediu o roubo. Os suspeitos fugiram deixando para trás uma bolsa e um radiocomunicador, além de uma motocicleta usada no crime. Os criminosos não haviam sido identificados até o fechamento desta edição.

Já em Barroso, no Campo das Vertentes, um caixa eletrônico de uma agência do Banco do Brasil que fica dentro da prefeitura da cidade foi explodido na madrugada de quinta-feira. A agência ficou completamente destruída. A polícia não soube informar quanto foi roubado. Os criminosos também atentaram contra uma agência do Itaú e uma do Bradesco no centro da cidade. Houve danos estruturais, como vidros quebrados. No entanto, nenhuma quantia chegou a ser levada. 

Incendiado

 Cinco homens renderam o motorista de um ônibus da linha 415, de Betim, e atearam fogo ao coletivo na madrugada de quinta-feira, na Via Expressa, na altura do bairro Capelinha.

 

 

Fonte: O Tempo ||

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