Mais duas fases da operação “Rota BR-090”, que investiga supostas fraudes praticadas por um fiscal do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes de Minas Gerais (Dnit/MG) e por um empresário, foram deflagradas nesta quinta-feira (15) pela Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU). Ambos os investigados já foram alvos da primeira fase da ação, realizada em 2019.

Nesta quinta, as ações receberam os nomes de “Pique-esconde 1” e “Pique-esconde 2”. A PF verifica a execução de contratos em obras de manutenção rodoviária nas regiões de Oliveira, no Centro-Oeste de Minas, e Passos, no Sul do Estado, com gastos de quase R$ 130 milhões.

A operação contou com a participação de 29 policiais federais e cinco auditores da CGU. São cumpridos sete mandados de busca e apreensão, sendo quatro em Belo Horizonte e três em Oliveira. Ainda foram cumpridos 29 afastamentos de sigilos fiscal e bancário, todos expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal de Minas Gerais.

Segundo a PF, uma análise realizada no material apreendido na primeira fase da operação, cujo inquérito policial ainda não foi finalizado, indicou a existência de indícios de ocultação de patrimônio e recebimento de vantagens indevidas por meio da utilização de outras pessoas físicas e jurídicas ligadas aos investigados.

“O estado de Minas Gerais possui a maior malha rodoviária do Brasil. O desvio de recursos relacionados à manutenção das rodovias, além de causar um prejuízo humano imensurável, impacta diretamente na economia do país, por serem as rodovias o nosso principal meio de transporte de mercadorias”, disse a PF.

Caso condenados, os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro, cuja pena capitulada pelas condutas criminosas pode chegar a dez anos de prisão. A Polícia Federal também informou a criação de um canal de denúncias, para auxiliar no combate a crimes que perpetuam essa realidade: [email protected].

Fases

Na 1ª fase da operação “Rota BR-090”, servidores públicos e empresas responsáveis pelo desvio de recursos públicos do DNIT, na região de Oliveira, foram investigados. Apurações posteriores identificaram que a supervisora dos contratos teria participado do esquema, ocasionando a deflagração da 2ª fase. Duas das empresas investigadas também estariam agindo junto a servidores públicos nas regiões das cidades mineiras de Prata e Teófilo Otoni, resultando na deflagração da 3ª Fase da Operação.

A 4ª fase tratou da ampliação das investigações sobre as duas empresas citadas, visto que também teriam atuado de forma fraudulenta em contratos da região de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, além de haver indícios de que teriam se utilizado de uma terceira pessoa jurídica para que o grupo criminoso continuasse atuando na região do Prata, sem chamar a atenção dos órgãos de controle.

Fonte: Hoje em Dia

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