No Estado de Minas Gerais, foram detectados 601 casos em 2009. Desses, 75 chegaram a óbito. Segundo a referência técnica em leishmanioses da Secretária de Estado de Saúde (SES/MG), Patrícia Soares, como outras doenças transmitidas por um mosquito, o combate contra a leishmaniose não depende só do controle epidemiológico e da atuação do poder público. ?É preciso que a população ajude no combate à doença. É necessário ter alguns hábitos como, manter os quintais limpos, pois a fêmea do mosquito deixa seus ovos em matéria orgânica, com umidade e sombreamento. Além disso, as pessoas devem ficar atentas com animais de estimação que estão em seus domicílios, pois podem ser bons hospedeiros da leishmaniose? , explica.
Ela fala que, em várias cidades mineiras, depois da implantação de medidas de controle, foi possível a diminuição do número de casos e de mortes causados pela doença.

A doença
A leishmaniose é passada aos seres humanos pela picada do mosquito palha, que foi contaminado com um protozoário do gênero Leishmania. Essa doença pode causar feridas na pele e pode afetar alguns órgãos internos como fígado e medula óssea. O protozoário atinge também outros animais, como o cachorro, que nas zonas urbanas é o principal hospedeiro da doença. A maior parte dos cães que tem leishmaniose não apresenta sintomas, que são: emagrecimento, problema de pele, apatia, anemia e falta de apetite.
No caso de contaminação de animais, a eutanásia é recomendada pelo Ministério da Saúde como a medida mais eficaz. Embora polêmica, a orientação tem fundamento. ?É importante deixar bem claro que esta orientação do Ministério da Saúde se baseia no fato de que o tratamento para o cão não impede que o processo de contaminação continue. O cão, mesmo depois de não ser mais portador da doença, continua a transmitir o protozoário para o mosquito palha que dele se alimenta, mantendo o processo de transmissão? , explica a referência técnica.

Vigilância
A vigilância epidemiológica da doença é feita em Minas de várias formas, sendo uma delas por meio das equipes de entomologia do Estado e dos municípios. As equipes fazem pesquisas para identificar a presença do protozoário na localidade especificada. O trabalho consiste em buscar a presença do mosquito vetor e, se registrada, realizam o trabalho de acompanhamento destes municípios.
Quando o transmissor está presente basta ter um cão (reservatório da doença), positivo para que a transmissão se inicie e afeta o homem. Por isso, nas cidades em que há o mosquito vetor a vigilância é maior, procurando cães contaminados por meio de exames.
Municípios com transmissão da doença, precisam implantar medidas como controle dos reservatórios canino, controle da população de flebotomíneos (mosquitos), educação em saúde, tratamento dos casos humanos.
Nos municípios não endêmicos, mas vizinhos de áreas endêmicas, a vigilância também é muito forte. Nestes, são realizadas atividades de entomologia e também campanhas de esclarecimentos a população. ?Mesmo para aqueles municípios considerados não endêmicos a vigilância continua. Isto porque a situação epidemiológica pode mudar? , completa a referência técnica da SES-MG, Patrícia Soares.
Em Formiga, segundo a coordenadora da Vigilância Sanitária, Fernanda Pinheiro Lima, ainda não há casos de leishmaniose em humanos, mas têm várias cidades vizinhas que possuem, por isso é preciso ficar atentos.

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