Pedaladas e mais pedaladas é o que o povo brasileiro pode esperar daqui pra frente.  Se ela pode, nós também podemos!

Deve ser assim que boa parte dos nossos mandatários, em especial governadores e prefeitos, hoje pensa quando se vê forçada a decidir sobre o pagamento ou não, de certas obrigações trabalhistas, nestas incluídas as quitações de salários dentro do prazo previsto em lei, inclusive do tal presente (gratificação) de final de ano, popularmente conhecido como 13º salário.

Não fosse assim, o ilustre governador do Rio Grande do Sul, jamais teria tido a chance ou melhor, coragem, de a partir de outubro, salvo engano, parcelar a seu bel prazer a quitação dos salários dos barnabés gaúchos.

E o que é pior, se vangloriando de haver cumprido, com pequeno atraso, as datas da prorrogação unilateral de prazos por ele decretada.

Em muitos municípios, inclusive em alguns daqui deste Estado das Minas Gerais, vimos repetir-se a história e na quarta-feira (6), até estranhamos a ‘coragem’ demonstrada pelos administradores deste município, quando em nota oficial e provavelmente cumprindo o preceito institucional da transparência de informações, quase chegaram às raias do absurdo quando comemoram a ‘boa notícia’ ora anunciada, dando como quase certa a possibilidade de cumprimento da promessa de quitarem o 13º até o final do mês de janeiro.

O problema maior, nos parece,  é o administrador ter que encarar um enorme número de servidores, dentre estes aqueles de baixíssima renda que varrendo rua, capinando ou coletando lixo na luta diária a que se submetem, ainda ficam a saber através da rádio peão, – a que mais rápida e eficientemente funciona no serviço público – que, alguns chefões neste exato momento, curtem os feriados prolongados de final de ano com os bolsos devidamente recheados, já que para estes, segundo os boatos, os prazos legais foram, são e serão sempre respeitados.

E para completar o quadro e contribuir com aquela gota d’água que falta para encher o copo que simbolicamente mede as insatisfações, nada melhor que promover as famosas festinhas de final de ano que, mesmo sendo custeadas no todo ou em parte pelos felizes convivas, soam como afronta àqueles que infelizmente, passaram talvez, pela primeira vez nas últimas décadas, um Natal magro, magérrimo!

E pior que isto, alguns ainda foram agraciados com a ameaça ou, para outros com a comunicação oficial, de que seus nomes hoje fazem parte da temível lista negra do Serasa. Exatamente porque aquilo que lhes fora descontado quando da quitação de salários anteriores – também em considerável atraso – ninguém sabe por quais motivos nem como, não fora entregue aos seus credores, conforme pactuado em contratos entre as partes, com a devida anuência e comprometimento do empregador.

E aí, ficamos daqui a imaginar porque será que os rigores da lei, inclusive da trabalhista, que azucrina a vida de quem trabalha, produz, gera emprego e renda, repentinamente não valem nada para “empregadores oficiais”?

Enquanto o empresariado é obrigado a recorrer aos bancos, submetendo-se a juros escorchantes que engrossam cada dia mais o caixa dos banqueiros, que a eles recorrem apenas para cumprirem com seus compromissos, em especial os que se enquadram no quesito responsabilidade social; nossos governantes ficam imunes a tudo, inventando maneiras de cobrarem novas taxas, impostos ou tarifas, que engordem seus cofres, mesmo sabendo que de fato, em retorno, nada nos darão.

Quem duvidar que verifique o que ocorre hoje no sistema de saúde e daqui há pouco tempo, logo após a implantação da famigerada CPMF, analisem e nos digam, se aumento de impostos, taxas ou tarifas, resolve problema, por menor que este seja, sem que se mude o perfil desta “camarilha” que na definição de alguns deles mesmos, se elege e reelege a cada quatro anos, neste país.

Se você não está satisfeito, se não concorda com este estado de coisas, se acredita que este país pode voltar a crescer, a gerar emprego e renda, não se esqueça que a oportunidade de lutar por esta causa se aproxima. Em outubro, nossa vontade pode se manifestar por meio do voto consciente.

Pare, pense, olhe, confira o passado, o presente, analise, anote e vote. E tomara que depois de tudo isto, não mais precisemos reclamar!

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