Se você está lutando para esticar o salário até o fim do mês, saiba que não está sozinho. Apenas 15,4% das famílias entrevistadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) no Índice de Expectativa das Famílias (IEF) declararam ter condição de pagar totalmente suas dívidas. Enquanto isso, o porcentual das que informaram não terem capacidade de honrar os débitos subiu de 32,2% para 37,7% no mesmo período.
O índice, divulgado nesta quinta-feira (10), mostra que o otimismo do brasileiro em relação à economia permanece, mas em menor nível. Houve redução de 2,8% em fevereiro em relação a janeiro. A taxa ficou em 65,3 pontos no mês passado, contra 67,2 pontos do mês anterior, numa escala de 0 a 100. A situação é considerada otimista entre 60 e 80 pontos. Acima de 80 pontos, muito otimista.
O impacto negativo de medidas restritivas anunciadas pelo governo e uma redução da tradicional euforia em relação ao futuro que marca a virada de ano são os possíveis motivos para a queda das expectativas, segundo o presidente do Ipea, Marcio Pochmann.
Anúncios do governo, como o corte de gastos no Orçamento (de R$ 50 bilhões), o aumento dos juros, e a informação de que não vai haver concursos públicos podem ter contribuído para a queda do índice. Janeiro também é marcado por um sentimento de otimismo em relação ao ano que se inicia, e isso pode estar ficando para trás, afirmou Pochmann.
A fatia de famílias que projetam melhora na situação econômica do país nos próximos 12 meses caiu de 64% para 61,8% de janeiro para fevereiro. Além disso, o percentual de famílias que apostam em uma piora na economia brasileira nos próximos cinco anos aumentou de 12,41% para 15,8%.
O instituto também apurou piora na autoavaliação sobre finanças pessoais. Do total de famílias, 75,5% informaram estar melhor financeiramente em fevereiro que há um ano – porém, esse percentual era maior em fevereiro (76,8%).

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