A PagSeguro Digital anunciou nesta terça-feira (15) que fará uma oferta secundária de ações ordinárias de classe A na bolsa de Nova York. Os papéis que serão vendidas pertencem ao controlador Universo Online (UOL).

A operação consta de prospecto enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), órgao que regula o mercado de capitais nos Estados Unidos, equivalente à CVM no Brasil.

Na oferta, o UOL propõe vender 16.750.000 ações. O acionista vendedor também disponibilizou uma opção para que os compradores adquiram, em 30 dias, um lote adicional de até 2.512.500 ações ao preço da oferta menos o desconto de subscrição.

Segundo cálculo do Itaú BBA, a quantidade de papéis ofertados representa cerca de 5% do capital total da empresa, ou cerca de 6% se contabilizada a participação adicional.

Considerando o preço de fechamento da PagSeguro na véspera, de US$ 46,29, o valor total da oferta seria de cerca de US$ 775 milhões, ou US$ 892 milhões se considerada a venda da fatia adicional.

As ações da companhia de meios de pagamento despencavam na bolsa de Nova York após o anúncio da oferta. Às 11h18, os papéis tombavam 17,4%, cotados a US$ 38,25. A rival Stone, também listada nos Estados Unidos, tinha queda de 5%. No Brasil, a Cielo mostrava queda de 2,4%.

Após a oferta, a PagSeguro Digital terá um total de 328.828.656 ações emitidas e em circulação, das quais 179.957.795 serão ações ordinárias classe A, representando um free float (fatia das ações que estão na bolsa) de 54,7%.

Antes da oferta, o UOL detém 50,47% do capital da PagSeguro e o free float é de 49,53%, ressaltaram analistas do Itaú BBA em nota a clientes.

“O UOL detém uma classe diferente de ações (Classe B). Sempre que houver uma venda de ações classe B da entidade controladora, as ações classe B se tornarão automaticamente ações classe A, e as ações classe B (de propriedade do UOL) terão direito a 10 votos por ação, enquanto os detentores de ações classe A tem o direito a um voto por ação. Dada a taxa de votação de dez para um, o UOL ainda controlará a empresa, apesar de ter 45,38% do total de ações da companhia (ou 44,61%, se a participação adicional for vendida)”, destacou o Itaú BBA.

Goldman Sachs e Morgan Stanley serão os coordenadores globais da operação.


Resultado do 3º tri
Em comunicado separado, a PagSeguro reportou dados preliminares sobre o resultado do terceiro trimestre, informando volume total de pagamentos (TPV) de cerca de R$ 28,4 bilhões, acima dos R$ 20,3 bilhões dos três meses até 30 de setembro, um crescimento de 44,8%.

Os usuários ativos do PagBank em 30 de setembro totalizaram aproximadamente 1,9 milhão, contra 1,4 milhão em 30 de junho de 2019.

A empresa estimou lucro líquido do trimestre encerrado em 30 de setembro entre R$ 330 milhões e R$ 340 milhões, comparado com R$ 231,6 milhões no terceiro trimestre de 2018, representando alta na base ano a ano entre 42,5% e 46,8%, respectivamente.

“No terceiro trimestre de 2019, continuamos a apresentar fortes resultados combinando crescimento e lucratividade, levando a avanços significativos em nosso roteiro estratégico”, disse o presidente-executivo da PagSeguro, Ricardo Dutra, no material de divulgação dos números.

“Embora vejamos os números pré-operacionais do terceiro trimestre de 2019 como um sinal atraente, acreditamos que o anúncio de uma oferta secundária completa, apesar de seu tamanho relativamente pequeno (cerca de 5% do capital total ou cerca de 6% usando a participação adicional de venda), pode pesar sobre as ações da empresa no curto prazo, especialmente considerando que o papel teve um bom desempenho nos últimos meses”, observaram os analistas do Itaú BBA.

No ano, até a véspera, as ações da PagSeguro acumulavam valorização de mais de 150%.

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