No dia 17 de janeiro, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, por unanimidade, o uso emergencial das vacinas, Coronavac e Oxford/AstraZeneca.

Em São Paulo (SP), com a aprovação, foi vacinada uma enfermeira, pertencente ao grupo de risco, com a presença do governador, João Dória, responsável e coordenador das medidas preventivas e da logística de vacinação em SP. Na ocasião, disse: “Como pai de família, como alguém ao lado de tantos brasileiros que lutam pela vida, que lutam contra o negacionismo, que lutam pela proteção dos brasileiros, hoje é o Dia V da vida, da vacina, dos brasileiros”.

Dória foi exitoso na opção de celebrar convênio com a empresa chinesa, Sinovac, para aquisição de imunizantes para vacinar toda a população de SP.

Na guerra política pela vacinação, com vistas a granjear dividendos políticos, o governo federal fez todos os esforços para celebrar o início da vacinação antes do governo de SP. Nesse sentido, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em lamento, apontou estar Dória fazendo marketing com o início da vacinação. Por ironia, a vacinação iniciou com a Coronavac, desautorizada de ser incluída 46 milhões de doses no Programa Nacional de Imunização, por Jair Bolsonaro, no dia 21.10.2020, no que o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no dia 22.10, reagiu dizendo “Senhores, é simples assim. Um manda e o outro obedece…”.

Todos comemoram a vacinação e, infelizmente, é lamentada, justamente pelo responsável pela saúde, por somente assim poder ser mantido no cargo, após ser incompetente em viabilizar, com urgência, a vacinação nacional.

Apesar de tudo, Bolsonaro avalia ser excelente o trabalho do Ministro da Saúde e disse ser ele um “tremendo de um administrador”.

O início da vacinação gerou alívio e otimismo em todo o país, com a perspectiva de estancar as mortes e infecções. Essas notícias alvissareiras, chegam em um Brasil onde vige uma nova onda de aumento do número de infectados e de mortes, com a volta de restrições ao funcionamento do comércio e serviços e a falta de oxigênio em Manaus.

Os governos passam, mas o legado da pandemia ficará (mortes, sequelas, fechamento de empresas, desemprego, endividamento, etc.), causado pelo vírus e também por uma inoperância de homens públicos a ser desestimulada, investigada e penalizada.

A vacinação será custeada por recursos públicos, mas é preciso exaltar trabalhos individuais e coletivos sérios para beneficiar pessoas, pois a vacinação é bem-vinda em um ambiente de pandemia.

SP fez toda a logística para a vacinação, como alocação de recursos, aquisição de insumos e produção da vacina. Tivemos letargia do Ministro da Saúde, o qual recebeu lições do governo de SP de como se deve fazer. SP trabalhou e atingiu os seus objetivos, e, por tudo isso, na luta pela vacinação, mesmo eu não ter simpatia ou antipatia prévia sobre ele, João Dória merece elogios por ter auxiliado o povo brasileiro a ser imunizado.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

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