O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, disse nesta quinta (19), que não será possível a impressão do voto pelas urnas eletrônicas nas eleições de 2016. O veto presidencial à medida foi derrubado na quarta-feira (18) pelo Congresso. “Daremos um passo atrás na cultura política brasileira”, criticou Dias Toffoli.

O ministro classificou o voto impresso como “absolutamente desnecessário” e lembrou que, no passado, havia fraude nas contagens manuais. “A concepção da urna eletrônica foi acabar com a intervenção humana. A intervenção humana não deixa rastros. A intervenção tecnológica deixa rastro e é possível de ser auditado”, afirmou. “Você, no passado, tinha, às vezes, o voto contado, e o voto anotado pelo mesário não era o mesmo”.

Toffoli disse que não será tecnicamente possível a impressão do voto em 2016. Ele criará uma comissão interna no TSE para estudar a aplicação da medida a partir de 2018. A estimativa é de que a impressão custe R$ 1,8 bilhão por pleito.

Dias Toffoli esteve no Rio de Janeiro para presidir a Reunião Interamericana de Autoridades Eleitorais, que reúne representantes de 30 países e da Organização dos Estados Americanos (OEA). Entre os temas discutidos estarão o financiamento público de campanha e o uso de redes sociais no processo eleitoral.

“Temos uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe a participação das empresas privadas nas campanhas eleitorais. Já para a eleição de 2016, não será possível a doação por empresas”, afirmou.

Comemoração
Aécio. Após gastar R$ 1 milhão com auditoria que não verificou fraude nas eleições do ano passado, o presidente do PSDB, Aécio Neves, comemorou a derrubada do veto ao voto impresso.

 

 
 

Portal O Tempo

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