Moradores do bairro Ouro Verde se reuniram na tarde dessa sexta-feira (21) para protestar contra a paralisação das obras do Centro de Educação Infantil do bairro.
Cerca de 30 pessoas estiveram na obra da creche reunidas com o presidente da associação de bairro, Marcelo Fernandes, para chamar a atenção da administração municipal para o grave problema. O ex-vereador Cid Corrêa também acompanhou a reunião.
Há mais de um ano, os trabalhos foram interrompidos e o resultado é a depredação do prédio que, atualmente, é utilizado como ponto de drogas, prostituição e alvo de ladrões.
Pelas imagens, é possível perceber o quanto a estrutura já está danificada. Dinheiro público jogado fora. Além disso, quem deseja usar o espaço para qualquer fim, não tem nenhum trabalho. Não há cercas nem muros, nem portas nas salas. Entra quem quer, depreda quem quer.
Na região que abriga vários bairros, (Nossa Senhora de Lourdes) há apenas uma creche (Centro de Educação Infantil Derci Alves Praça) que não possui capacidade de atender todas as crianças, motivo que justifica a construção do novo Centro.
Orçada em R$782.134,33, e financiada com recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) a obra abandonada de 564,50 m² tem capacidade para atender 80 crianças.
?Não inauguram a creche, não fazem nada direito. Isso aqui virou uma vergonha para quem mora no bairro?, conta a faxineira, Ana Cristina de Oliveira.
?Isso aqui era para ajudar na educação e acabou virando motel. Já tive que entrar aqui com um porrete para tirar minha filha que estava com o namorado?, contou a costureira, Cirlene de Almeida.
Reduto eleitoral do prefeito Moacir Ribeiro, o bairro Ouro Verde e adjacências, hoje, abriga pessoas revoltadas com as promessas que não foram cumpridas, como José Dozinete. ?Ele falou para mim que se eu e a minha família votasse nele, ele arrumaria tudo para minha cirurgia e, até agora, nada?, contou o aposentado.
?Foi promessa pra todo lado. Ele não saia daqui na época da eleição e agora nunca mais o vi. A família inteira de um moço, que ia casar, e mora aqui perto dessa construção votou no prefeito porque ele prometeu para esse rapaz, que se ele ganhasse para prefeito ia mobiliar a casa dele?, contou Ana Cristina.
Em setembro, quando o abandono da construção foi pauta de reportagem do jornal, em nota a Prefeitura informou que ?quando o projeto foi feito, houve falhas. Veio um projeto padrão diretamente de Brasília. Com isso, a obra foi projetada sem muros e sem acesso, por exemplo. Pela licitação realizada, não foram previstos ainda bancas de granito, parte do telhado interno, muros divisórios, cercas e condições de acessibilidade. Então, será necessária uma nova licitação, que já está sendo preparada. Depois de feita essa licitação, em cerca de 60 dias é possível terminar a obra, a qual está 80% concluída. A Secretaria de Educação já está providenciando, por meio de processo licitatório, a compra do mobiliário?.
A nota foi divulgada há quase 7 meses e nada foi feito, nem a obra foi concluída, nem o mobiliário adquirido.

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