A médica catarinense Zilda Arns, vítima de terremoto no Haiti, nesta terça-feira (12), ficará marcada por ser uma das idealizadoras da maior parceria já firmada entre o governo de Minas com a Pastoral da Criança, existente desde 2003 e que permite o atendimento a milhares de crianças em todo o Estado. Implantada em Minas, em 1984, a Pastoral da Criança atende hoje 193,8 mil crianças e nove mil gestantes em 583 municípios mineiros, entre eles Formiga, contribuindo para a redução da desnutrição e da mortalidade infantil e materna, principalmente, nas regiões mais carentes do Estado.
Com a parceria entre o governo de Minas e a Pastoral da Criança, Minas Gerais é o estado brasileiro com o maior número de crianças assistidas. A queda da mortalidade infantil no semiárido foi de 24,32% em 2008, comparado a 2002, a cada mil nascidos vivos. Já a mortalidade materna teve redução de 62,91%, no mesmo período a cada 100 mil crianças nascidas vivas, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde. No conjunto do Estado, os dados demonstram que houve queda de 36,01% em 2009 comparado a 2002. Ano passado, o índice de óbitos a cada mil nascidos vivos registrado até novembro era de 11,5 enquanto em 2002, a taxa estava em 17,97. Já a Razão de Mortalidade Materna, medida a cada 100 mil crianças nascidas vivas, caiu de 38,31 em 2002, para 26,7 em 2009, representando uma redução de 30,31%.

Prevenção e voluntariado
A parceria do governo de Minas com a Pastoral da Criança é desenvolvida com a Secretaria de Saúde e o Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas). Por meio de convênio assinado, em 2006, com a Secretaria de Saúde, foram repassados R$ 1,5 milhão para a pastoral, recursos aplicados em todo o Estado no enfrentamento da mortalidade infantil, com ações voltadas para o incentivo ao aleitamento materno e ao combate à desnutrição infantil.
Atualmente, a Pastoral da Criança em Minas conta com rede de 32,7 mil voluntários e 18.390 lideranças comunitárias que atuam como agentes de saúde. Mensalmente são atendidas 157 mil famílias e nove mil gestantes. Além disso, 229 emissoras de rádio reproduzem o programa semanal Viva a Vida, um instrumento de mobilização social que informa sobre a questão da mortalidade infantil e materna, a desnutrição infantil e a importância do aleitamento materno.
O Servas é outro importante parceiro da Pastoral da Criança em Minas, seja nos programas sociais de combate à fome ou em campanhas de donativos. Em 2008 e 2009, a pastoral recebeu três veículos, sendo dois deles destinados ao trabalho da instituição em unidades no Norte do Estado e outro para o escritório regional em Belo Horizonte, que também teve ajuda do Servas com móveis, computadores e televisores.

Reconhecimento
Pela contribuição ao desenvolvimento das crianças de Minas Gerais, Zilda Arns foi agraciada pelas principais comendas do Estado. Em 2003, recebeu a Medalha da Inconfidência e, em 2006, a Medalha Juscelino Kubitschek. Em 2001, ela havia sido condecorada com a Medalha Chico Xavier.
Exemplo de liderança e dedicação, a médica Zilda Arns estava no Haiti para participar de palestras. Sua história se confunde com a da Pastoral da Criança, entidade que ajudou a diminuir a mortalidade infantil em todo o país. Indicada duas vezes ao Prêmio Nobel da Paz, a médica Zilda Arns foi quem teve a ideia de criar a Pastoral da Criança com o objetivo de ajudar a reverter a situação da mortalidade infantil no Brasil. Atualmente, a Pastoral coordena aproximadamente 155 mil voluntários, presentes em 32.743 comunidades dentro de bolsões de pobreza e miséria de 3.555 municípios brasileiros.

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