Por decisão da maioria dos integrantes da comissão executiva do partido, o PDT declarou, na noite desta terça-feira (22), apoio ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi.
Lupi é alvo de denúncias pelo uso supostamente irregular de um avião particular cujo aluguel teria sido pago por um dirigente de ONG que mantém contrato com o ministério.
A maioria absoluta do partido reitera apoio ao ministro Lupi. Não tem cogitação de substituição do ministro. Tirá-lo seria uma confissão de uma dívida que não devemos, afirmou o líder do partido na Câmara, deputado Giovanni Queiroz (PA).
Nota
Apesar do anúncio do apoio, o PDT decidiu não formalizar a posição em uma nota oficial. Lupi participou da reunião, na sede do partido, mas saiu ao final sem dar declarações.
Não cabe ao PDT dizer se Lupi fica ou não no governo. O PDT manifesta total confiança no ministro. Não é preciso uma nota. Posso colocar tudo isso em nota que, tenho certeza, todos iriam ratificar, afirmou o presidente interino do partido, deputado André Figueiredo (CE).
Após questionamentos da imprensa sobre a ausência de nota de apoio a Lupi, a assessoria do partido afirmou que será providenciada entre esta quinta (22) e sexta (23) uma moção de apoio, a ser publicada no site do PDT.
O senador Pedro Taques (PDT-MT), que defende que o partido deixe o ministério, disse que não assinará o documento.
O deputado Brizola Neto (PDT-RJ) defendeu a permanência de Lupi, mas disse que uma nota de apoio só faria sentido se fosse assinado por todos os integrantes do PDT presentes à reunião.
Falou-se em nota, mas, para se fazer, ela tem que ser realmente unânime, ou então, pelo menos, só assinar aqueles que têm com posição como a da nota, para que depois não saiam pessoas dizendo algo divergente, disse. Segundo o deputado, pedetistas que antes se mostraram contrários a Lupi decidiram apoiá-lo porque não surgiram novas denúncias.
É inegável que tudo isso gerou desgaste ao partido, mas, como não houve fato novo, as denúncias não se sustentaram. O que ficou claro é que o ministro não deve sair por denúncias infundadas, afirmou.
Divergências
Durante a reunião, houve divergências entre parlamentares que apóiam Lupi e os que defenderam publicamente a saída do ministro.
O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) criticou o fato de integrantes do partido contrários a Lupi terem manifestado suas posições na imprensa
Eu respondi ao deputado Paulinho que respeito a posição dele, mas que ele tem que respeitar a nossa. Eu mantenho a minha posição de que o partido precisa ter independência, que não deve ter cargos no governo, afirmou o deputado José Antonio Reguffe (PDT-DF).
O senador Pedro Taques (PDT-MT) acompanhou Reguffe. Ambos defendem a saída de Lupi do Ministério do Trabalho.
O deputado Brizola Neto (PDT-RJ) criticou a posição de Reguffe e Taques. Houve uma divergência, que é saudável desde que seja feita internamente. Questões públicas é que devem ser tratadas na imprensa, afirmou.
Brizola Neto disse ainda que foi discutida na reunião a necessidade de ampliar os interlocutores do PDT junto ao governo.
Vamos fazer uma reflexão interna sobre como democratizar as decisões dentro do partido. O PDT precisa ampliar o quadro de interlocutores com o governo federal. Não podemos concentrar essa intermediação, afirmou.

COMPATILHAR: