Como de costume, com a aproximação do período conhecido como pré-eleitoral, aquele tempo que por força de lei, de alguma forma se procura coibir ao menos em parte, a liberdade de atuação dos chefes do Executivo, tendo em vista a possibilidade destes se lançarem em busca de suas reeleições, o clima político assume contornos bem diferentes, muitas vezes inesperados e considerados como excepcionais.

Aqui, em especial, pela atuação firme do Ministério Público, na esfera do Legislativo e do Executivo, o cumprimento de algumas sentenças judiciais tem causado um certo reboliço, capaz de deixar muita gente com a “pulga atrás da orelha” e sem saber o próprio futuro político.

Na Câmara, todo mundo sabe que a saída de três fiéis escudeiros do prefeito acabou trazendo para aquela Casa suplentes que, ao menos até agora, não se apresentaram como fervorosos defensores do mandatário atual e a bem da verdade, ainda não se posicionaram com maior firmeza.

Tanto isto é verdade que, decorridos quase três meses da “decapitação” havida; o sumiço dos vereadores afastados de seus cargos é o que se tem de mais palpável.  Se pensavam ou ainda pensam em se candidatar, ninguém sabe já que eles sumiram do mapa.

Por outro lado, os que os substituíram, indecisos, ainda lutam junto aos próprios partidos para garantirem suas escolhas como cabeças de chapa. O clima de ambos os lados é de desconfiança pois, ninguém sabe por quanto tempo irá durar a estranha situação.

A movimentação nos partidos políticos também tem sido de grande monta. Vira e mexe, uma comissão provisória leva uma rasteira, patrocinada pelo tal de majoritário, que ninguém explica por quais razões passa a agir como dono do partido, apoiando a este ou àquele candidato ou grupo, dando preferência ao que possuir melhores condições de financiar o custo do pleito e que lhe possa agregar mais tempo de exposição na TV.

No campo do Executivo, o que temos visto por aqui, em especial nesta semana, é um corre-corre de providências para se nomear ainda no prazo hábil, aqueles que o prefeito sabe, poderão lhe trazer certo apoio que, em última análise, se traduza em votos.

E é neste momento que a Lei de Lavoisier pode ser reescrita, ainda que por conveniência e com algumas modificações para uso, no ambiente político: “na hora da eleição, nada se perde, nada se cria, já que tudo pode se transformar em votos”.

Como disse um político mineiro de grande expressão, “na eleição vale tudo, menos perder”. E nosso alcaide já deu provas de que reza nesta cartilha.

Com o prazo se estreitando, ele sabe muito bem que esta é a hora de se promover com rapidez as ações que visam facilitar as nomeações para a turma que certamente se transformará em cabos eleitorais; é tempo de realizar inaugurações; de fazer entrega de casas populares; de alardear novas promessas, etc e tal.

Assim sendo, neste final de junho e certamente antes de findo o mês de setembro, ainda assistiremos a inúmeras mudanças no quadro político. Vamos ter por aqui, candidato a prefeito se contentando com a posição de vice; vice virando prefeito; vereador virando deputado; vereador virando chefe de gabinete de prefeito; gente do alto escalão do Estado disputando vaga no município; prefeito jurando que não quer se reeleger, mas se candidatando; empresário comprando vaga de vice e por aí vai…

E o povo fiel, inocente e mal informado seguirá votando e elegendo os mesmos infiéis.  Eta mundo bão, gente!!!!

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