Pelo menos 21 estados brasileiros, além do Distrito Federal, têm escolas e institutos ocupados por estudantes, segundo levantamento feito pelo portal G1. Eles são contrários à medida provisória que trata da reforma do ensino médio e à PEC 241, que limita os gastos na educação e outras áreas.

O movimento que se alastrou pelo Brasil começou no dia 3 de outubro no Paraná. É lá que está concentrado o maior número de ocupações: são 850 escolas estaduais, 14 universidades e três núcleos de educação, segundo o movimento Ocupa Paraná. Onde há ocupação, as aulas estão suspensas.

Já o número divulgado pela Secretaria de Estado de Educação (Seed), na tarde de terça-feira (25), é diferente: 752 escolas ocupadas, ou seja, 31% do total. Segundo a Seed, 79 escolas já foram desocupadas.

Na segunda-feira (24), um adolescente de 16 anos foi encontrado morto com facadas no pescoço e no tórax na Escola Estadual Santa Felicidade, que está ocupada por estudantes, em Curitiba/PR.

De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), ele e outro aluno da escola, de 17 anos, dividiram uma droga sintética e depois se desentenderam.

O segundo estado com mais ocupações é Minas Gerais, com mais de 50 instituições de ensino. Em Alagoas há pelo menos 16 unidades, seguida por Rio Grande do Norte, com 13, Santa Catarina, com 12, e Espírito Santo, 11, de acordo com o levantamento do G1.

Pressão do MEC

O Ministério da Educação (MEC) deu prazo até a próxima segunda-feira (31) para que as instituições sejam desocupadas, já que muitas delas servirão de locais para aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorre nos dias 5 e 6 de novembro.

O ministro Mendonça Filho disse no dia 19 de outubro que, se as escolas não forem desocupadas até o dia 31, a prova será cancelada para os inscritos nesses locais. Na ocasião, ele citou que eram 181 pontos de aplicação do Enem ocupados onde estavam inscritos mais de 95 mil alunos. O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou que atualizaria estes números na quarta-feira (26), tendo em vista que as ocupações cresceram em todo o país, porém, não divulgou nenhuma novidade.

Segundo Mendonça, o MEC já tomou a decisão de aplicar nova prova do Enem em data posterior para esses alunos que eventualmente sejam prejudicados por ocupações em escolas. Ele descartou a possibilidade de realocar a prova para outras escolas, por problemas de logística.

Veja como está a situação em cada estado:

Alagoas

Segundo as informações das autoridades, em Alagoas 16 escolas estaduais estavam ocupadas na quarta-feira (26). As primeiras ocupações começaram em 10 de outubro. Nesta quarta, os alunos decidiram tomar a Escola Estadual Luiz Augusto Azevedo de Menezes, localizada em Delmiro Gouveia, e a Escola Estadual Costa Rego, em Arapiraca, onde também funciona pela noite aulas da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

Veja em quais municípios há ocupações na rede federal em Alagoas:

Universidade Federal de Alagoas (Ufal): Maceió, Delmiro Gouveia, Palmeira dos Índios e Arapiraca

Instituto Federal de Alagoas (Ifal): Maceió, Marechal Deodoro, Satuba, Santana do Ipanema, Piranhas e Murici

Bahia

Na Bahia, sete universidades estaduais ou federais têm pelo menos um campus ocupado por estudantes contra a PEC 241. Além dessas instituições, o Instituto Federal da Bahia (Ifba) também tem dois campi ocupados, em Ilhéus e Vitória da Conquista. No total, 15 municípios do estado, incluindo a Capital, registram protestos.

 

Veja abaixo a lista de instituições e campi afetados:

Universidade Federal da Bahia (Ufba): Salvador

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB): Cruz das Almas, Cachoeira, Amargosa, Santo Antônio de Jesus, Feira de Santana e Santo Amaro

Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob): Barreiras

Instituto Federal da Bahia (Ifba): Ilhéus e Vitória da Conquista

Universidade do Estado da Bahia (Uneb): Teixeira de Freitas e Juazeiro

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC): Ilhéus

Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS): Feira de Santana

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB): Vitória da Conquista, Itapetinga e Jequié

Ceará

O Ceará tem uma instituição ocupada, segundo dados levantados nesta quarta (26). Trata-se da Universidade Regional do Cariri, no município de Crato.

Distrito Federal

A ocupação atinge pelo menos cinco escolas públicas, além de unidades do Instituto Federal de Brasília, em Samambaia.

Confira a lista das escolas públicas:

Centro de Ensino Médio Taguatinga Norte

Centro de Ensino Médio 111 do Recanto das Emas

Centro de Ensino Médio Elefante Branco

Centrão de Planaltina

Centro de Ensino Médio 304 de Samambaia

Goiás

Em Goiás, um grupo de estudantes ocupou na tarde de terça-feira (25) a reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG). Segundo a organização, cerca de 50 alunos estão no local em protesto contra a PEC. A assessoria de imprensa da UFG informou que se solidariza com a mobilização da sociedade, mas diz que a ocupação “inviabiliza atividades acadêmicas e administrativas desenvolvidas nas unidades de ensino”.

Veja abaixo a lista de instituições e campi afetados:

Universidade Federal de Goiás (UFG): Goiânia

Instituto Federal Goiano (IF Goiano): campi de Urutaí e Ceres

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG): Goiânia, Goiânia-Oeste, Anápolis, Valparaíso de Goiás, Águas Lindas de Goiás, Jataí e Luziânia.

Mato Grosso

O Mato Grosso, duas unidades do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) nas cidades de Rodonópolis e Confresa têm manifestação de estudantes contra a proposta do ensino médio.

Minas Gerais

Em Minas, dezenas de escolas estaduais estão ocupadas, segundo dados da Secretaria Estadual de Educação (SEE). Oito delas ficam em Belo Horizonte. Os seguintes municípios têm uma escola estadual ocupada: Alfenas, Almenara, Araçuaí, Campestre, Caxambu, Coronel Fabriciano, Esmeraldas, Itajubá, Ituiutaba, Janúba, Paracatu, São Sebastião do Paraíso e Três Corações.

Nos municípios de Araguari, Diamantina, Divinópolis, Espinosa, Montes Claros, Salinas e Unaí, há duas escolas ocupadas. Arinos e Poços de Caldas têm, cada um, três escolas estaduais ocupadas. Já em Uberlândia, são 21 escolas ocupadas, segundo a secretaria.

Na rede federal, são três universidades e um instituto ocupados. A Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG) também tem ocupação em um de seus campi. Veja abaixo:

Universidade Federal de Alfenas (Unifal): Alfenas e Varginas

Universidade Federal de Lavras (Ufla): Lavras

Universidade Federal de Itajubá (Unifei): Itajubá

Instituto Federal do Sul de Minas (IF Sul de Minas): Inconfidentes e Poços de Caldas

Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG): Poços de Caldas

Paraíba

Na Paraíba, seis municípios são afetados por ocupações. Estudantes do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) ocupam campi em Cabedelo, Sousa e Cajazeiras. Já na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), há ocupações nos campi de Bananeiras, Rio Tinto e Mamanguape.

Paraná

O movimento de ocupações no Paraná começou nas escolas estaduais no dia 3 de outubro. Segundo o último balanço divulgado pela União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes), o Paraná tem 850 escolas estaduais ocupadas. A Secretaria da Educação fala em 567. Nesta quarta, uma assembleia organizada pela Upes definiu que serão mantidas por tempo indeterminado as ocupações nas escolas públicas do Paraná.

Há cinco universidades estaduais e federais ocupadas em 14 municípios, além de nove campi do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Veja abaixo quais instituições e municípios estão afetados pelo protesto:

Universidade Federal do Paraná (UFPR): Curitiba (dois campi) e Matinhos

Instituto Federal do Paraná (IFPR): Astorga, Cascavel, Colombo, Coronel Vivida, Goioerê, Jacarezinho, Jaguariaíva, Palmas e Paranaguá

Universidade Estadual do Paraná (Unespar): Campo Mourão, Paranaguá e União da Vitória

Universidade Estadual Centro-Oeste (Unioeste): Santa Cruz, Irati, Guarapuava, Cascavel, Marechal Cândido Rondon e Toledo

Universidade Estadual de Maringá (UEM): Cianorte e Goioerê

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG): Ponta Grossa

Pernambuco

O estado tem ocupações em quatro instituições federais e uma universidade estadual. Os protestos acontecem na capital e em seis municípios.

Veja quais são as instituições e em quais municípios há campi ou unidades ocupadas:

Universidade de Pernambuco (UPE): Recife, Palmares, Nazaré da Mata e Petrolina

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE): Recife e Vitória de Santo Antão

Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE): Recife

Instituto Federal de Pernambuco (IFPE): Recife

Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IF Sertão): Petrolina, Salgueiro e Ouricuri

Piauí

Em Piauí, duas cidades estão afetadas pelos protestos dos estudantes contra a PEC. Em Teresina, tanto a reitoria da Universidade Federal do Piauí (UFPI) quanto o campus da Zona Sul do Instituto Federal do Piauí (IFPI) estão ocupados.

No campus da UFPI em Picos também há registros de protestos. No dia 20, o campus teve o acesso fechado e, desde o dia 18, estudantes ocupam a diretoria da unidade. Além de serem contra a PEC, os estudantes da UFPI protestam contra o atual modelo de segurança adotado pela instituição, que, segundo o grupo, é discriminatório.

Rio de Janeiro

No Rio, segundo informações oficiais, há três instituições federais ocupadas.

Veja abaixo:

Colégio Dom Pedro II: Rio de Janeiro

Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ): Rio de Janeiro, Nilópolis, Duque de Caxias, Engenheiro Paulo de Frontin e São Gonçalo

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ): Seropédica

Rio Grande do Norte

Segundo dados divulgados por estudantes secundaristas e universitários, o Rio Grande do Norte registra ocupações em sete escolas estaduais – seis na capital e uma em João Câmara – cinco campi do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) e três unidades da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)  – a reitoria, o Centro de Ensino Superior do Seridó, em Currais Novos, e a Escola Agrícola de Jundiaí, vinculada à UFRN, em Macaíba. Já segundo números oficiais, os números de instituições afetadas é mais baixo.

Segundo Secretaria Estadual de Educação e Cultura (Seec), o número de escolas estaduais ocupadas é quatro, todas em Natal. A reitoria do IFRN confirma ocupações nas unidades de Ceará-Mirim e Macau. Já A UFRN confirma apenas a ocupação da reitoria.

Rondônia

No estado de Rondônia, há apenas uma instituição ocupada, segundo levantamento feito até a quarta-feira (26). Trata-se do campus de Colorado do Oeste do Instituto Federal de Rondônia (Ifro).

Santa Catarina

Em Santa Catarina, há 12 pontos ocupados. Há oito campi de dois institutos federais, um campus de uma universidade federal, um campus da estadual, além de duas escolas estaduais ocupadas. As duas unidades estaduais de ensino, Escola de Educação Básica Professora Irene Stonoga e a Escola de Educação Básica Tancredo de Almeida Neves, e a UFFS seguiam ocupadas na manhã desta quinta-feira (27), segundo a RBS TV de Chapecó.

Veja abaixo a lista de instituições e campi afetados:

Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC): São José, Xanxerê, Chapecó, Araranguá

Instituto Federal Catarinense (IFC): Camboriú, Sombrio, Vale do Itajaí, Araquari

Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)

Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFFS)

São Paulo

Em São Paulo, são cinco ocupações, sendo duas na capital e três pelo interior, nas cidades de Campinas, Sertãozinho e Avaré. O Instituto Federal de São Paulo (IFSP) tem três campi ocupados: na capital, Sertãozinho e Avaré. Além disso, são duas escolas estaduais a Antônio Carlos Lehman, em Campinas, e a Caetano de Campos, no bairro da Consolação, região central de São Paulo.

 

Fonte: G1||http://g1.globo.com/educacao/noticia/pelo-menos-21-estados-tem-escolas-e-institutos-ocupados-por-estudantes.ghtml

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