Lucas Coppi

Se no passado o grande problema das crianças brasileiras era a desnutrição, hoje, a grande preocupação é com a obesidade infantil. O número de adultos obesos no país subiu mais de 60% entre 2006 e 2016 e o fenômeno não deixou as crianças de fora: 39% das meninas e meninos que têm entre 5 e 9 anos estão acima do peso e 15% são obesos. Segundo estimativas, o número de crianças obesas ultrapassará os 11 milhões em 2025.

Caso medidas preventivas não sejam tomadas, entidades de saúdes estimam que o Brasil, assim como o resto da população mundial, viverá um crescimento sem precedentes no número de doenças relacionadas à obesidade, como pressão arterial elevada, doenças de fígado e diabetes.

Uma das principais causas no aumento do número de casos de sobrepeso e obesidade no Brasil é a alta no consumo de produtos processados, ricos em gorduras e açúcar.

O preço deste tipo de produto (geralmente mais baratos que produtos naturais) poderia estar influenciando no consumo, mas a falta de informação nutricional também desempenha um importante papel nesta equação: são muitas as famílias que relacionam produtos industrializados a uma ideia de status e afirmação social, sem entender os riscos de saúde envolvidos no consumo diário deste tipo de alimentos.

Segundo a Federação Mundial de Obesidade, o atual crescimento do nível de obesidade entre crianças e adolescentes os coloca em situação de “perigo imediato”.

Para prevenir o problema, combater o sedentarismo e para resgatar as crianças do mundo virtual, algumas famílias têm recorrido aos serviços de personal kids, profissionais responsáveis por praticar atividades físicas infantis com as crianças por um período que pode variar entre 30 e 60 minutos, dependendo do caso.

As opções de atividades são muitas: de brincadeiras infantis como andar de bicicleta e pular na cama elástica, à prática de esportes como tênis e natação em academias e ginásios. O preço do serviço pode variar entre R$50 e R$140, de acordo com a cidade, o número de participantes e a frequências das aulas.

As sessões ajudam crianças com sobrepeso a emagrecerem e, ao mesmo tempo, desenvolvem o hábito da prática de exercícios físicos desde a infância. Os exercícios também têm reflexos na sala de aula: a maioria das crianças passou a ter um melhor desempenho escolar depois de começar a se exercitar.

Além disso, os personal kids são procurados por pais de crianças com necessidades especiais, como portadores da síndrome de Down ou inseridas no espectro autista.

A recomendação médica diz que as crianças devem praticar, ao menos, três horas de atividades físicas ao dia, seja brincando ou praticando algum esporte que queime energia. Para os adolescentes, o período é de uma hora diária. Entre as atividades, é importante escolher algo que trabalhe a força e o desenvolvimento muscular, sem deixar o aspecto lúdico de lado.

Ainda que a ajuda profissional possa auxiliar na prática diária de exercícios físicos, é imprescindível que as crianças pratiquem atividades em família para estreitar vínculos e trabalhar a autoconfiança.

 

 

 

 

 

 

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