Cochilar no volante ou durante uma reunião pode ser fatal, mas você pode tirar aquela soneca com segurança e o ato pode resultar em benefícios para a saúde. É o que garante a pesquisadora do Instituto de Estudos Biológicos em La Jolla, na Califórnia, Sara Mednick, autora do livro ?Take a nap! Change your life? (em tradução literal, Tire um cochilo! Transforme sua vida), da Editora Workman.
Na obra, a doutora em psicologia pela Universidade de Harvard ensina como elaborar um plano para otimizar o cochilo: quando tirar, quanto tempo dormir, como levantar bem e, sobretudo, apresenta argumentos para contrapor aos que dizem que cochilo é sinal de preguiça. ?Sou frequentemente questionada se um cochilo durante o dia irá interferir no sono noturno. A resposta é definitivamente não. Todos os estudos que atravessam diferentes épocas têm mostrado que a duração do sono noturno não é afetada pelo cochilo do meio dia. De fato, estudos indicam que, em diversos casos, os cochilos aumentam a habilidade de dormir à noite?, diz.
Segundo Sara, o cochilo durante o dia aumenta o estado de alerta e a criatividade, reduz o estresse, aumenta a libido, mantém uma aparência jovem, reduz os riscos de uma parada cardíaca, melhora a produtividade e a capacidade de memória. A autora lembra, porém, que algumas questões devem ser respondidas antes de se iniciar um programa de cochilo.
Quanto tempo você poderá dormir para que o cochilo seja chamado de cochilo? Segundo ela, é preciso examinar as funções do cochilo a partir de nossos ciclos naturais de sono. ?Se você cai no sono por mais de dois ciclos completos, por volta de três horas, independentemente de que hora do dia ou da noite, você poderá ultrapassar o limite do cochilo, entrando no reino do sono?, diz. Se não pode ser tão longo, também não pode ser tão curto. Para ser denominado cochilo, o período precisa se estender por cinco minutos ou mais. ?Esse é o ponto quando cientificamente é comprovado que o acúmulo dos benefícios começa a ser detectado?, garante.
A neurologista Marília Denise Mariani Pimenta e o psiquiatra Dirceu Valladares Neto, especialistas em medicina do sono, alertam que o cochilo durante o dia não pode substituir uma boa noite de sono. ?A sonolência depois do almoço é um indicativo de que nos transformamos em uma sociedade insone?, diz Dirceu. Quando o cochilo se torna incontrolável, segundo Marília, pode sinalizar noites maldormidas. ?Um sono de má qualidade poderá acarretar alterações da memória, irritabilidade, sonolência excessiva diurna, sinais e/ou sintomas semelhantes à depressão, como desânimo, cansaço, indisposição, entre outros?, alerta Marília

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