Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos revelou que quase 75% das crianças e dos adolescentes brasileiros que tomam remédios para déficit de atenção não tiveram diagnóstico correto.
De acordo com a pesquisa, que envolveu psiquiatras e neurologistas da USP, da Unicamp, do Instituto Glia de pesquisa em neurociência e do Albert Einstein College of Medicine (EUA), e coletou dados de 5.961 jovens, de 4 a 18 anos, em 16 Estados do Brasil e no Distrito Federal, há um uso abusivo dos medicamentos.
Os pesquisadores entregaram questionários aos pais e professores para identificar a ocorrência do transtorno, partido dos critérios do DSM-4 (manual americano de diagnóstico em psiquiatria). Eles compararam as informações com os relatos de pais que tinham tido filhos diagnosticados com o problema, e descobriram que apenas 23,7% das 459 crianças que haviam sido diagnosticadas com déficit de atenção realmente tinham o transtorno. Além disso, das 128 que tomavam remédios para tratá-lo, só 27,3% tinham o problema, segundo os pesquisadores.
O remédio usado para tratar o transtorno é o metilfenidato, princípio ativo da Ritalina e do Concerta. A substância é da família das anfetaminas e age sobre o sistema nervoso central, aumentando a capacidade de concentração. Entretanto, há diversos efeitos colaterais, como taquicardia, perda do apetite e o desenvolvimento de quadro bipolar ou psicótico em pessoas com predisposição.

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