A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, na terça-feira (19), que se não fosse a desvalorização do câmbio, a empresa teria tido uma convergência de preços muito mais próxima com o mercado internacional. Graça informou que, em 2012, a variação cambial do petróleo tipo Brent foi de 8% e a variação cambial, de 19%. Na apresentação do Plano de Negócios da companhia para o período de 2013 a 2017, a executiva voltou a afirmar que há uma busca pela convergência com preços internacionais de combustíveis. Um gráfico mostrado na apresentação feita a analistas mostrava que desde o final de 2010 a empresa está perdendo com a defasagem. Graça disse que a política de formação de preço da companhia não mudou.
Ela lembrou que, em nove meses, foram concedidos quatro reajustes no preço do diesel no mercado doméstico, somando 21,9%. É um reajuste bastante expressivo, disse. Também houve dois para gasolina, somando 14,9%. A opção da Petrobras continua sendo dar prioridade aos investimentos na área de exploração e produção, afirmou o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Miranda Formigli. O setor receberá 62% do total de US$ 236,7 bilhões do programa de investimentos anunciado ontem, o que equivale à soma de US$ 147,5 bilhões para a área. O pré-sal receberá 24% dos investimentos totais em E&P; a área exploratória da cessão onerosa, 6%.
A Petrobras trabalha para tornar os projetos de construção das novas refinarias economicamente viáveis, disse o diretor de Abastecimento da empresa, José Carlos Cosenza. Ele destacou que a demanda por combustíveis é crescente, porém é preciso respeitar o tempo de maturidade das refinarias. É importante que as refinarias sejam viáveis economicamente. Os projetos têm maturidade em relação ao plano anterior, afirmou Cosenza. O diretor da Petrobras admitiu, no entanto, que, mesmo com a entrada das novas unidades de refino, o Brasil continuará deficitário em combustíveis.
A companhia confirmou os prazos de início da operação das refinarias em construção. Mesmo com o aumento da produção de derivados de petróleo, a empresa continuará importando 29% da demanda de combustíveis até 2020, o equivalente a um déficit de 972 mil barris por dia – saldo entre a capacidade de processamento de petróleo da estatal, de 2,4 milhões de barris por dia, e a demanda de 3,38 milhões de barris por dia. Graça destacou que a empresa trabalha para que os desembolsos financeiros sejam acompanhados diretamente pelas realizações físicas dos projetos. A presidente da Petrobrás disse que o novo plano de negócios 2013-2017 guarda total identificação com o plano de negócios anterior (2012-2016).

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